A mudança da política tem que começar por ela mesma. Passamos por um período de turbulência, principalmente na economia, e isso tudo mundo sabe: do mais alto Executivo ao pequeno vendedor informal de esquina. O Brasil vive uma crise econômica atrelada a uma crise política. A primeira só será resolvida quando a segunda for liquidada e é sobre ela que quero conversar com você, meu amigo leitor.
No contexto das mobilizações que surgem das ruas, atualmente, vemos dois grupos distintos: um, que pelo menos demonstra ser apartidário, pois recusa líderes da oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) e que pede a saída da petista do poder. O outro, focado em setores ligados ao PT e central de trabalhadores que defendem Lula, Dilma e o projeto dos dois. Mas, quando analisamos de forma mais minuciosa, vimos que os dois não são propositivos. De um lado pede o impeachment e não tem determinado a solução posterior e, por outro lado, Dilma precisa dizer o que fará de fato com a economia, por exemplo.
Vamos analisar direitinho: se olharmos ao pé da letra, como diz a Constituição, Dilma não cometeu crime passível de impedimento. Apesar dos erros de gestão, de fácil identificação e que devem ser julgados nas urnas, Dilma não praticou ato suficiente para ficar na sombra das leis. Porém, o processo de impeachment também é político e pode sofrer pressões externas. O tratamento ao Congresso conta e conta muito para garantia de governabilidade.
Dilma agora precisa ter coragem e enfrentar logo. Colocar o time em campo para atacar e tentar vencer a batalha, caso ela acha que é possível. Hoje, está numa situação ingovernável. Tem que tomar providência e conter o sangramento diário que respinga do rico ao pobre. A economia está numa situação que prova essa tese. Se a presidente não tiver 172 deputados, então não tem capacidade de governar.
Tem que ter pulso, ou seja, tem que ter firmeza e fazer com que essa bobina se desenrole e a engrenagem que move o Brasil volte a girar. Se entrarmos para o segundo semestre com o Congresso travado com situação de Eduardo Cunha (PMDB) e da presidente, todas as conquistas que foram obtidas, sejam da estabilidade econômica aos ganhos sociais, dos últimos anos, serão escoadas pelo ralo.
Coragem. Palavra que deve imperar. Dilma deve acionar as reservas econômicas para acelerar os investimentos e analisar e refazer as relações congressistas. Ela tem que colocar em prática aquilo que pregou durante a campanha eleitoral ao dizer que era um “coração valente. Sair do comodismo e buscar a solução necessária, pois a população clama por isso. Com a instabilidade ninguém sai ganhando. Mas vamos sair dessa. Tenho fé de uma vida melhor no futuro.
Deputado Alex da Piatã (PSD)