O deputado estadual Joseildo Ramos (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, afirmou nesta quarta-feira (9), durante pronunciamento na tribuna da Casa, que a venda de 16 campos terrestres, anunciada pela empresa, fere os interesses da Bahia e do Brasil. “Nós queremos cobrar nesse momento responsabilidades do governo federal e do governo estadual porque, além de tudo, esse seria o pior momento para vender essa riqueza dos campos maduros. Nós temos o preço do petróleo no limbo. São ativos valorosos que mesmo com o preço deprimido continuam dando lucros para nossa estatal”, ressaltou.
De acordo com o parlamentar, a Petrobras não pode tomar uma decisão dessa magnitude sem considerar o seu papel estratégico para o desenvolvimento do país e da Bahia. “A Petrobras não é uma empresa de característica rentista; não é uma empresa que tem sua ação pautada apenas pelos interesses de mercado. É uma empresa de desenvolvimento, que emprega e promove o uso de alta tecnologia e que trabalha com uma Commodity considerada estratégica em todo mundo e nós não podemos abrir mão disso”, defendeu.
As consequências econômicas e sociais na região do recôncavo e de Alagoinhas estão no centro da preocupação de Joseildo. A decisão da Petrobras já atinge a região, com a redução de postos de trabalho. Segundo o parlamentar, o foco principal das empresas privadas está no lucro e a manutenção da produção dos campos maduros pressupõe a utilização de novas tecnologias para manter a produção e seus benefícios diretos e indiretos para a economia como um todo. “Falo, por exemplo, da contratação de fornecedores de mão de obra, de equipamentos e de serviços”, registrou”.
Polos
Dois polos de produção de petróleo, com sete e nove campos cada um, foram selecionados pela Petrobras para a venda, na Bahia, para produtores independentes, na primeira operação do tipo a ser feita diretamente pela empresa no país. Trata-se dos polos de Buracica, situado na região dos municípios de Catu e Alagoinhas, e Miranga, na região de Pojuca – ambos no Recôncavo baiano. Em todo o país, a Petrobras pretende vender dez polos, envolvendo um total de 98 concessões de produção, além de seis blocos exploratórios, somando 104 concessões terrestres.