A Tradicional Malhação de Judas em Conceição do Coité mais uma vez proporcionou alegria e diversão a centenas de pessoas que compareceram ao largo do mercado municipal. A queima de Judas sempre aconteceu após a missa de Aleluia, que terminava 0h. Mas este ano a Celebração foi antecipada e a queima aconteceu às 23h30.
Tudo começa com a leitura do testamento (veja aqui), a cargo do sociólogo e diretor de Cultura Fredson Costa, que em tom de humor levantou risos do público presente, ao comparar defeito de determinada pessoa coiteense a Judas. Dezenas de moradores entram no testamento, uns gostam da brincadeira, outros não, mas faz parte do espetáculo. Fredson faz a leitura mas faz questão de dizer que não é escrito por ele.
Segundo o artesão responsável pela confecção dos bonecos, o aposentado José Dermeval Ramos, 82 anos de idade e 62 na arte, é sempre muito gratificante chegar esse momento e levar diversão as pessoas. O apelido de Dermeval é bastante sugestivo, “Fogueteiro” pois em todos os objetos usados para queimar o Judas leva foguetes e derivados da pólvora. Disco voador, raio de sol, girandoles armadas, caipora e o alvo principal Judas, todos recheados de espada, busca pé e bombas são queimados individualmente para o delírio do público.
A Prefeitura Municipal é quem sempre patrocina este momento de comemoração simbólica. É uma atividade que causa um certo pânico as pessoas, já que muitas espadas se soltam dos bonecos indo de encontro à multidão. A secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer Perpétua Sampaio acompanhou toda apresentação, segundo ela é uma cultura de várias décadas em Conceição do Coité e não deve parar.
Fogueteiro disse ao CN que gosta muito de confeccionar Judas, mas que está pensando em parar. “Começo a preparar em dezembro esses bonecos e vou fazendo aos poucos, atendo ainda pedidos de Juazeirinho, Santa Rita de Cássia em Valente e Itatiaia em São José do Jacuípe, mas já trabalhei para mais de 60 municípios conta com orgulho Fogueteiro.
Malhação de Judas ou Queima de Judas – É uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas que foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes.
Cada país realiza a tradição de um modo, alguns queimam os bonecos em frente a cemitérios ou perto de igrejas. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de futebol ou mesmo personalidades não bem aceitas pelo povo.
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Redação CN / Fotos e vídeo Raimundo Mascarenhas