A greve dos servidores públicos municipais de Capela do Alto Alegre, no Território da Bacia do Jacuípe, está completando 10 dias neste sábado dia 16. Só que na sexta-feira, 15, assim como aconteceu na semana passada, dezenas de servidores públicos de diversos setores ocuparam o plenário da Câmara portando faixas e alguns deles se inscreveram para fazerem uso da tribuna.
A sessão ordinária que durou três horas e quinze minutos praticamente se transformou em audiência pública, cujos discursos foram direcionados a greve.Os vereadores foram unânimes em apoiar os servidores, mesmo os governistas, embora tivessem feito discursos mais ‘moderados’ reconheceram a necessidade de atender os servidores. pois o município está parado e muita gente está prejudicada, principalmente os alunos da rede municipal.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Capela do Alto Alegre (SINPUMCA) Antônio Valdex Silva Matos foi o primeiro a usar a tribuna e mais uma vez apresentou a lista de reivindicações e colocou o Capela Prev como pauta principal, a categoria quer um projeto que faça com que os repasses da parte funcional e os parcelamentos sejam automáticos. De acordo com Valdex, Capela Prev é um Instituto de Previdência Própria do Município que está com atraso dos repasses desde janeiro 2014, tanto funcional como patronal, que já ultrapassa mais de R$ 6 milhões, deixado de repassar para os cofres do instituto de previdência, isto se não for resolvido pode prejudicar centenas de servidores quando buscarem suas aposentadorias.
Além do Capela Prev na lista de reivindicações, estão o não cumprimento do reajuste salarial, problemas relacionados a empréstimos consignados onde alguns estão com o crédito negativado e o nome no SPC/SERASA, a retirada do adicional de insalubridade e periculosidade de algumas categorias, a regência de classe referente ao período de férias e 13º salário, mudanças de nível de professores que concluíram suas graduações e pôs graduações.
O vereador Marcelo ao usar a tribuna demonstrou muita vontade em continuar a luta junto aos grevistas, segundo ele desde o inicio está empenhado indo às ruas, fazendo discurso de apoio a categoria. Segundo Marcelo a greve não é só reajuste que se reivindica, “têm outros direitos que foram podados por esse prefeito que está ai.Estamos na luta não vou me calar por nada e continuarei ao lado dos servidores até a hora que o gestor resolver dar sua posição sobre os reajustes e os demais direitos que estão sendo cobrados”, afirmou Marcelo.
O parlamentar disse que sua maior ‘bronca’ com o prefeito é ele nunca ter sentado com os vereadores para discutir o problema da greve, “pode ter discutido com a comissão, com alguns vereadores da mesa, mas minha presença mesmo em reunião com prefeito nunca aconteceu e noto nele muito corpo mole para resolver tal problema”,finalizou o pemedebista.
O vereador Luiz Romeu disse que é necessário chegar a um consenso urgente, pois o município, as pessoas estão prejudicadas com esta greve, segundo ele já houve muita conversa entre o Sindicato e a Prefeitura, mas nunca chegaram a um acordo, na minha opinião estão deixando se levar pelo calor do embate, o calor politizado, e isso está dificultando.A Câmara já fez uma interferência convocado uma comissão do sindicato para saber em que dimensão se encontra, depois sentamos com o executivo, e daí vem se construindo o dialogo para que as partes possam chegar a um acordo e colocar o fim nessa greve”, afirmou Luiz Romeu.
Professor Leo ao fazer uso da tribuna perante os colegas servidores lamentou a forma como está sendo visto os grevistas na cidade, segundo ele muita gente olha pra ele como se fosse pessoa que não quer trabalhar, mas garantiu que não está bom pra ninguém, pois há um desgaste psicológico e físico muito grande, além de financeiro, pois ele na condição de fotógrafo tem deixado também a arte de lado para se dedicar ao movimento, “greve não significa que a gente deseja ficar de pernas para o alto, significa luta em busca de melhoria e dos direitos adquiridos de uma categoria, isso que estamos fazendo e vamos conseguir esses objetivos”, falou otimista o professor Leo.
Está previsto para a próxima segunda-feira, 18, uma assembleia no Sindicato com a presença do prefeito Josenei da Silva Santos, que se manifestou na sexta-feira pela manhã dizendo que vai abrir as contas e mostrar a realidade do município e dizer quanto vai poder oferecer de reajuste.
O Sindicato circulou uma carta aberta sobre todas as reivindicações
Redação CN/ Fotos: Raimundo Mascarenhas