Sou o maior prejudicado pela guerra política que o Brasil vem passando. Nunca fui tão prejudicado como agora. Não sei se por coincidência ou por acordo tácito, três pessoas de minha relação aproveitaram a exacerbação que existe entre quem é a favor do impeachment de Dilma ou contra e decidiram me colocar no meio da questão e com isso romperam relações comigo. Justamente eu que estava quieto no meu canto e embora ache que Dilma pisou na bola ao pedalar que nem Robinho e Cristiano Ronaldo, não acho que o impichamento da pobre senhora vá ajudar ao Brasil. Vai é complicar pois quem tem Temer, teme e treme.
Peço desculpas pelo trocadilho mas a senhora pode mandar colocar numa camisa ou espalhar o slogan pelo Facebook que não vou cobrar direitos autorais. Aliás, nem sei cobrar direitos autorais. Certa feita a Uneb usou um texto meu num vestibular e nunca vi a cor do dinheiro. Recentemente o IFBa (acho que é isso), antiga Escola Técnica colocou outro texto meu no exame tipo vestibular e não vi a cor da grana e nos dois casos só soube por acaso.
Mas voltando ao problema da perda dos amigos por causa da guerra civil entre Lulistas, Dilmistas e o resto – estou parecendo o escritor Ariano Suassuna que certa vez disse que fazia tanta volta para contar uma história que a esposa ficava olhando e pensando: “será que ele volta?” – fui essencialmente prejudicado por não saber se foi mesmo coincidência mas as pessoas que me envolveram na discussão sem eu sequer ter aberto (ou abrido) a boca me devem dinheiro.
Aproveitaram-se da situação política para resolver uma questão econômica. Cortando a amizade não têm mais a obrigação de pagar os meus caraminguás, meu larjan. Eles sabem que mais cedo ou mais tarde a questão vai se resolver a amizade voltará e acham que esquecerei neste meio tempo a dívida que fica congelada. Mas não vou deixar por menos. Estou denunciando aqui os três malfeitos para que se eles forem desta para uma melhor eu possa cobrar das respectivas viúvas. Cobro nem que seja em carne.
Mas não é somente estes meus amigos caras de pau que estão aprontando comigo. Sob a égide da crise econômica boa parte de empresários e outros que tenho feito trabalhos acusam a economia como motivo para adiar sem data de solução o pagamento do labor. Uns já haviam adivinhado que a crise viria e já antecipou as desculpas, desde início do ano passado. Teve um empresário sem-vergonha que me disse com todas as letras:
– Seo moço, estou vislumbrando uma crise braba e falta de capital de giro. Vá segurando as pontas que quando a crise passar te pago em dobro. Isso se a empresa ainda estiver aberta.
Vá ter visão do futuro assim no inferno, na casa da pqp. E ficou com meu dinheiro. Pior que grana não entra mas subiu o preço do mamão, da banana, da caipirinha, da vacina contra a gripe, das piriguetes que não se conformam mais com um Michelin, do PF em dona Maria e até a mandioca (lá nele). Eu mesmo já vou dar o calote em meu fornecedor de picolé Capelinha.