Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Joseildo Ramos (PT) subiu na tribuna nesta segunda-feira (18) para criticar a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef, aprovada ontem pela Câmara dos Deputados. “É impressionante a ópera-bufa que se estabeleceu na Câmara dos Deputados. A sucessão de votos caminhando para uma bestialidade jamais vista na história recente do nosso país. Pela família, pelo credo, pela neta, pelo filho que esqueceu o nome. Era tudo isso a argumentação mais consolidada para apear do poder alguém que recebeu 54 milhões de votos”, criticou.
De acordo com o parlamentar, caso seja concretizado, o impeachment abrirá um cenário de incertezas para o país. “O que virá depois de Dilma? É Temer. Ele não tem nem de longe a legitimidade e sequer goza de prestígio com quem estava lá pedindo o impeachment. O insuspeito Datafolha aponta que 58% dos que lá estavam na Avenida Paulista não querem Temer, nem Cunha e não aceitam Aécio, que deveria ser o caudatário de todo esse processo”.
Ainda em seu pronunciamento, Joseildo ressaltou que o dia ontem ficará marcado na história do país e de seus protagonistas, para o bem ou para o mal.
Nós lembraremos daqueles da tradição, da família, dos filhos, dos credos, da bancada da bala, da bíblia, do boi. Esses todos serão lembrados porque foram artificies de um golpe. Eu não ouço aqui ninguém dizer que um ladrão estava coordenando o processo de admissibilidade do impeachment de uma presidente honesta. A felicidade deles de hoje se aproxima da hipocrisia e lá na frente a história não nos deixará em paz. Aqueles que têm suas convicções, ao deitarem em seus travesseiros, terão que lembrar sempre e aí sim olhar para seus filhos e netos e dizer de que lado estava”, concluiu.
Fonte:Assessoria Parlamentar