O Calila Noticias acompanhou o revezamento da Tocha Olímpica de Salvador a Sobradinho no Norte da Bahia, e fez uma série de reportagem desde a capital na manhã de terça-feira, 24, até o inicio da tarde de quinta-feira. Nossa equipe viu muita coisa interessante que não apareceu com destaque nas reportagens e que agora pode ser conhecida no “Poucas e Boas” do CN.
Salvador
Na capital encontramos algumas pessoas dispostas acompanhando a tocha no trecho de 8,5 km, ou seja, do Elevador Lacerda até a Igreja do Bonfim, como foi o caso de Maria Sônia Batista de Souza, 56 anos, que fez o percurso, disse que sempre se prepara para momentos como este e que se sente uma criança. Para completar, nasceu dia 12 de outubro (dia das crianças) e corre há 12 anos. Doze é o número do elefante do jogo do bicho, isso não tem a ver com ela, pois é um animal pesado e não corre muito.
Noel Marinho da Conceição, 62 anos, outro cidadão que se diz preparado para esse tipo de atividade, disse ser morador de Camaçari e que esteve na maratona Chile 21, no Chile. Para ele acompanhar a Tocha não é muito bom porque pára toda hora, pra ele melhor é “tocar direto”.
Espírito Olímpico, mas muita gente com espírito de porco – Se fala muito em espírito Olímpico neste período que antecede as Olimpíadas do Rio de Janeiro, mas encontramos a frente dos trabalhos do revezamento muito ‘espírito de porco’, gente mal educada e arrogante. O repórter fotográfico do CN Raimundo Mascarenhas precisou entrar no ritmo dos condutores da tocha e depois de correr tanto, chegando próximo ao destino resolveu pedir um copo d’ água ao pessoal de apoio, a resposta foi NÃO! O cara disse que não tinha a permissão de dar água a quem não pertencesse a comissão e que cederia do copo dele, imagine se (Raimundo) iria aceitar. Depois o sujeito desceu do carro e tentou justificar porque não podia dar um copo d’água, o fotógrafo meio que chateado perguntou: “se eu estivesse passando mal e caísse?” Em cima da bucha o cara respondeu: “tá vindo o SAMU ai”. ‘Espírito de porco’, mal educado e arrogante’.
Pedesserrense famoso – No trajeto do revezamento muitas pessoas desconhecidas segurando a tocha aguardando o momento para acender e correr, encontramos o repórter esportivo da Globo Carlos Gil rodeado de pessoas querendo uma foto, depois outro rapaz sorridente que o fotógrafo não conheceu e perguntou quem é esse? Custou saber quem era, até que finalmente surgiu uma pessoa que informou Lucas Souza baiano que vai competir com o Futevôlei. Mais a frente olha outro cara rodeado de mulher querendo tirar foto, perguntei, que é? Pensei se tratar de mais um famoso, uma irmã muito orgulhosa disse: Ubiratan de Pé de Serra. Satisfação dele quando viu a presença do Calila e nossa de ter um morador de uma cidade quase vizinha. Ele se inscreveu e foi chamado para conduzir a tocha.
Fora Temer – A situação agora se inverte, antes era fora Dilma.Muita gente fez questão de aparecer no revezamento protestando de forma pacífica contra o presidente interino Michel Temer, esse cidadão usou a bandeira brasileira para fazer todo percuso até o Bonfim portando faixa de protesto.
Feira de Santana
Grande heroína Maria Quitéria – Célia Zainer é interprete do hino a Feira, aproveitou o momento da passagem da Tocha para se vestir da grande heroína Maria Quitéria, heroína da Guerra da Independência. É considerada a primeira mulher a assentar praça numa unidade militar das Forças Armadas Brasileiras e a primeira mulher a entrar em combate pelo Brasil, em 1823. Em 1996 o Estado brasileiro atribuiu-lhe o título de patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, e seus feitos são recorrentemente comparados ao da mártir francesa Joana d’Arc. Maria Quitéria nasceu no Sítio do Licurizeiro, uma pequena propriedade no Arraial de São José das Itaporocas, atual município de Feira de Santana no estado da Bahia. Segundo Célia a história dela (Quitéria) estava adormecida na memoria das pessoas e nada melhor que aproveitar um momento desse para reativar seu grande legado. Disse também que roda a Bahia cantando os hinos nacional, 2 de Julho (Bahia) e o hino a Feira.
Adelson Brasil – A tocha ainda não tinha chegado no palanque montado ao lado da Prefeitura, quando o Calila fotografou Adelson Brito, que surgiu vestido com as cores do Brasil, segundo ele por orgulho de pertencer a essa nação. Adelson é otimista e acredita que o Brasil vai sair dessa crise. Afirma que teve golpe para afastar Dilma, porém torce para que o Governo Temer acerte para que a nação não sofra mais. Adelson é fundador do Mercado de Artes de Feira de Santana onde tem um box.
Riachão do Jacuípe
E a chama apaga? Sim. Naturalmente com chuva e vento fortes. Em Salvador, por conta da chuva, apagou durante passagem no Farol da Barra e em Riachão do Jacuípe por duas vezes durante o percurso, devido ao vento, quando por infelicidade do cantor jacuipense Del Feliz fazia o revezamento. Imediatamente, uma integrante da comitiva que organiza o evento, parou o forrozeiro para substituir a tocha que teve a chama apagada.
Fora Temer – O protesto também esteve em Riachão, aliás, o Comitê Olímpico deve ter registrado esse tipo de protesto por onde passou e vai registrar por onde passar. Ops! Esse cachorro não tem nada a ver com a história e o nome dele e Tubarão.
Com quem pareço? Na caravana que está cruzando o país de sul e norte, leste e oeste tem uns carrões da Coca – Cola, Bradesco e Nissan, neste da Coca-Cola a jovem com essa carinha de urso lembrou o quadro do Altas Horas. Com quem pareço? Só faltou a língua de fora.
Encontro de talentos – Del Feliz participante do The Voice Brasil do ano passado e Jamille Silva, The Voice Kids este ano, ambos naturais de Riachão do Jacuípe se uniram para cantar o hino nacional brasileiro no momento que a tocha estava no palco da Praça Landulfo Alves. Foi só emoção!
Capim Grosso
Monumento ganha bandeiras do Brasil e das Olimpíadas – O Município de Capim Grosso recebeu a Tocha, símbolo maior dos jogos olímpicos, ao lado do Monumento Lomanto Junior, simbolo maior do Município, e que ganhou duas imensas bandeiras que são vistas a distancia para que chega pela BR 324 vindo de Riachão do Jacuípe.
Verdadeiro espírito olímpico – Estava chovendo no momento que a tocha olímpica chegou a Capim Grosso, mas não tirou o entusiasmo e o espírito olímpico desse garoto que foi para a copa da árvore para mostrar que é brasileiro e que deseja dias melhores para essa nação.
Capim-grossense que jogou pela seleção olímpica conduziu a tocha – O jogador Baiano natural de Capim Grosso passou por grandes clubes do Brasil depois de surgir no Vitória, em 2000 estava em pleno auge da carreira e foi convocado para seleção Olímpica que disputou os jogos em Sidney, na Austrália. Ele foi o último a conduzir a tocha em Capim Grosso.
Senhor do Bonfim
Chuva – A tocha olímpica passou em quatro cidades baianas na quarta, 25. Primeiro em Feira de Santana, depois em Riachão do Jacuípe, seguiu para Capim Grosso e finalizou em Senhor do Bonfim. Além da vibração e da alegria do público durante o revezamento, a chuva caiu, em todos os locais desse roteiro. Mais um motivo de comemoração para a população dessas cidades, que mesmo assim acompanhou o tour com entusiasmo. Em do Senhor do Bonfim, o volume foi bem maior do que nas demais. Talvez, o que tenha motivado o grande atraso na chegada até o Parque da Cidade.
Senhor do Bonfim foi uma das cidades Celebração, aquela onde a tocha pernoita e acontece vários shows, por lá não teve poucas, teve muitas e boas chuvas, o toró caiu pra valer e certamente muita gente deixou de ver a passagem da tocha. Mas o caso que mais chamou a atenção, foi quando o locutor informou que as chances de a tocha percorrer o Brasil só nos próximos 150 a 200 anos, cálculos feitos normalmente para a passagem de um cometa próximo a terra, como tem formato idêntico a um cometa, talvez seja, por isso. Tomara que no dia não esteja chovendo.
Jaguarari
O cearense de Crateús Francisco das Chagas, 44 anos, residindo ha 16 em Jaguarari disse ao Calila Noticias que nunca viu um espetáculo tão bonito como o revezamento da Tocha, segundo ele, além de bonito foi emocionante “principalmente na hora que Ferreirinha levantou a tocha e chorando agradeceu ao pessoal. Ferreirinha ao qual se refere é um cidadão que tem um importante projeto de tirar as crianças das ruas e levar para o atletismo. Chico pediu a oportunidade de mandar um abraço para sua mãe Gonçala no Ceará.
Juazeiro
A população de Juazeiro ‘foi em peso’ acompanhar o revezamento da tocha, afinal passou na cidade às 10h no feriado de Corpus Christi e o CN registrou entre os condutores, o líder maior da Policia Militar da Bahia, coronel Anselmo Brandão natural do município. O militar que é o comandante geral da PM na Bahia disse que foi grande a emoção ao passar nas ruas por onde andou de pés descalços e na frente de escolas onde estudou.
PRF registrou tudo – Policiais rodoviários federais não perderam a oportunidade de registrar o grande momento, pois, muitos deles saíram de Teixeira de Freitas e vem acompanhando a mais de uma semana o revezamento. Depois de Juazeiro registraram Sobradinho e na sexta a última cidade baiana Paulo Afonso.
Cardosinho foi o último condutor – O agricultor Francisco da Silva Cardoso, 75 anos, Cardosinho, o folclórico corredor de rua, sempre com seu chapéu de vaqueiro, também tem sua história de superação por meio do esporte. “Há 16 anos, tive um tumor no fígado. As corridas me salvaram”. Todos fizeram questão de posar para foto ao seu lado inclusive a jogadora de futebol Carol, que atua no futebol americano há 3 anos. A atleta juazeirense também serve a seleção brasileira feminino.
Protesto – Com gritos e cartazes de “Fora Temer” ou “Governo Golpista”, os manifestantes aproveitaram o momento histórico, visto pelo Brasil e o mundo, para mostrar a insatisfação com a atual conjuntura política do país, em todas as cidades do revezamento. Porém, o protesto em Juazeiro, foi mais intenso e articulado. Muita gente reunida mostrava cartazes, puxando o coro: “golpistas, fascistas, não passarão! Não vai ter golpe, vai ter luta”.
Sobradinho
O município de Sobradinho onde se encontra um dos maiores lago artificial do mundo, recebeu a tocha logo depois de Juazeiro, a cidade com população estimada em 23 mil habitantes teve várias pessoas para conduzir a Tocha,mas a figura mais expressiva sem dúvida foi a aposentada de 86 anos, Severina dos Santos, natural da Paraíba, chegou na ocasião da construção da barragem e ficou até hoje. “Estou aqui porque gosto do povo e o povo gosta de mim, afirma.”
Tocha Olímpica e Chama Olímpica
Como é feita a tocha e como funciona? E como é transportada em avião? Certamente são dúvidas e curiosidades que muita gente tem. A equipe do CN, buscou informações precisas para responder tais perguntas. Pois bem, a tocha funciona mais ou menos como um isqueiro, porém com sistema sofisticado. O bastão é feito de alumínio. Por dentro tem um cartucho com propano liquido ( gás derivado do petróleo), que chega até o topo por um tubo e queima até pelo menos 15 minutos, caso precise. Um detalhe importante: a chama olímpica é conservada em uma lanterna e não na tocha. Cada lanterna tem um cartucho de propano e parece com um candeeiro. Também tem uma portinhola de vidro, o que garante o transporte em carros e aviões, com segurança.
Redação CN/ Fotos: Raimundo Mascarenhas e Teones Araújo
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