A grande quantidade de participantes derrubou a consulta pública, no portal e-Cidadania, do Senado, sobre uma proposta de emenda à Constituição que prevê a realização de eleições presidenciais antecipadas em outubro deste ano (PEC 20/2016). Até o início da tarde de ontem (18), cerca de 40 mil pessoas haviam se manifestado, com 34,6 mil a favor e 5,3 mil contra.
“A consulta do portal funciona como uma espécie de escuta. Pode servir para o Senado se sintonizar com a vontade da população de mudar os rumos da administração. A opinião dos cidadãos pode servir como uma pressão popular e muitos senadores disseram que iam esperar a opinião das pessoas para se posicionarem”, disse o senador Walter Pinheiro.
Com a intenção de oferecer uma solução para a crise política do País, a PEC foi apresentada por seis senadores: Walter Pinheiro (sem partido-BA), Capiberibe, Randolfe Rodrigues (Rede–AP), Lídice da Mata (PSB–BA), Paulo Paim (PT-RS) e Cristovam Buarque (PPS-DF). Os parlamentares ressaltam, entretanto, que a eleição não interromperia o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A proposta contou com a adesão de outros 24 senadores.
A PEC, protocolada no Senado em abril, propõe eleições diretas para presidente e vice-presidente da República no próximo dia 2 de outubro, data marcada para realização das eleições municipais deste ano. Para os senadores, tanto a presidente afastada quanto o presidente em exercício, Michel Temer, contam com baixa aprovação da população, que diz, em pesquisas de opinião, não acreditar que eles possam resolver os problemas no país. Assim, uma nova eleição poderia dar mais credibilidade e legitimidade ao chefe do Executivo.
Durante a sessão deliberativa de ontem, o senador João Capiberibe (PSB-AP), um dos subscritores da proposta, pediu o restabelecimento rápido do sistema.”Há muita gente me ligando, deu overbooking, houve uma demanda enorme. É uma questão técnica, o que mostra que a sociedade brasileira quer votar, sim, para resolver a crise. De cada cinco que querem eleição já, há um que não quer, portanto há uma diferença enorme”, disse Capiberibe, pedindo a intervenção do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Fonte: ASCOM/Walter Pinheiro