Foram apenas alguns instantes, mas todo mundo parou: o homem sério que contava dinheiro, o faroleiro que contava vantagem, a namorada que contava as estrelas. Como já cantava Chico Buarque, todo mundo parou para ver, ouvir e dar passagem a ela.
Mas troque a ‘banda’ da canção original por aquela que é a dona de todos os olhares desta terça-feira (24): a tocha olímpica, que começou a passagem por Salvador logo cedo, por volta das 10h. A única estrela, na verdade, foi um sol que demorou um pouco a aparecer, mas logo mostrou a que veio. Fora isso, teve dona de casa na sacada, barbeiro que parou o serviço e até escola que interrompeu a aula para assistir tudo de pertinho. Tudo com direito a muitos celulares, selfies, vídeos, e gente querendo, desde agora, participar do maior evento esportivo do mundo.
Foi assim do Pelourinho à Colina Sagrada, no Bonfim. Nas proximidades da igreja, inclusive, um tapete branco que misturava corredores, curiosos, baianas e Filhos de Gandhy lembrava – e muito – a tradicional lavagem que acontece sempre na quinta-feira após o segundo domingo de janeiro. Mas o cortejo não era religioso nem originalmente político. No lugar das atrações curiosas que desfilam todo ano, pequenos trios de patrocinadores traziam djs e muita música pop.
Foi assim do Pelourinho à Colina Sagrada, no Bonfim. Nas proximidades da igreja, inclusive, um tapete branco que misturava corredores, curiosos, baianas e Filhos de Gandhy lembrava – e muito – a tradicional lavagem que acontece sempre na quinta-feira após o segundo domingo de janeiro. Mas o cortejo não era religioso nem originalmente político. No lugar das atrações curiosas que desfilam todo ano, pequenos trios de patrocinadores traziam djs e muita música pop.
Protestos no percurso
E, como em toda Lavagem do Bonfim que se preze, também teve protesto. Em trechos como o Centro Histórico e o próprio Bonfim, foram ouvidos gritos de “fora Temer” e “golpistas não passarão”. Na Praça Municipal, manifestantes seguravam cartazes e faixas contra ao governo do presidente interino Michel Temer.
Largo de Roma, funcionários, pacientes e religiosos das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e profissionais do Hospital Martagão Gesteira participaram de uma manifestação em defesa do SUS e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 143/2015. Chamada pelos participantes de “PEC da Morte”, a proposta vai permitir que estados, municípios e o Distrito Federal apliquem recursos de áreas como Saúde e Pesquisa em outras despesas.
Para os participantes do ato, se a PEC for aprovada, representará um “atentato de proporções brutais a uma área já caótica”, já que estimam que o SUS perderia recursos que podem chegar a R4 40 bilhões por ano. “É uma mobilização que tem como bandeira única e exclusiva a defesa do SUS e do direito de todos os brasileiros, principalmente dos menos favorecidos, a uma saúde digna e de qualidade. Que a nossa mensagem durante esse ato chegue aos senadores em Brasília e os sensibilize contra essa proposta que representa um golpe fatal no Sistema Único de Saúde”, afirmou a superintendente da Osid, Maria Rita Pontes.
Correio24H