Os funcionários da rádio Caraíbas FM de Irecê, foram surpreendidos na tarde do dia 22/06, com o corte da luz elétrica do estúdio móvel da emissora, por parte da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). A ação, realizada a pedido da Prefeitura Municipal, contradiz uma liminar da Justiça local que autorizava a emissora para estacionar seu estúdio móvel na praça do São João para transmissão do evento.
“Esta foi uma situação de profundo desrespeito com uma emissora que há mais de 20 anos faz a cobertura do evento para os ouvintes”, explica o presidente da Rede Caraíbas de Comunicação, Ângelo Dourado. “Mesmo com o corte no fornecimento de luz elétrica a transmissão do evento foi realizada, graças a generosidade de comerciantes vizinhos que cederam a energia do seu estabelecimento”.
Ângelo explica que a Caraíbas FM havia protocolado ofício dirigido à prefeitura de Irecê, com mais de um mês de antecedência, solicitando espaço em frente ao palco principal para transmissão do Arraiá, nos moldes em que a emissora vinha utilizando nos anos anteriores, mas não obteve qualquer resposta. “Na véspera do evento a rádio entrou na Justiça com um mandado de segurança para garantir a cobertura, que foi autorizada judicialmente no dia seguinte”, afirmou, destacando que foi determinado ainda, em caso de descumprimento, a aplicação de multa diária no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) ao prefeito de Irecê.
Para o presidente da Rede Caraíbas, a situação é uma afronta ao princípio da livre concorrência, uma vez que a prefeitura estaria privilegiando de forma injustificada outra emissora de rádio da cidade, que inclusive instalou um camarote na lateral do evento. “Acredito que haja uma perseguição política acontecendo, uma vez que tomamos todas as medidas de maneira correta”, explicou.
Ainda segundo Ângelo, “é lamentável e incompreensível que uma história de mais de 20 anos de transmissões seja manchada com este capítulo vergonhoso, onde a rádio, para ter o seu direito de transmitir o São João de Irecê garantido, precisou recorrer à Justiça, e ainda assim teve seu direito negado”.
Por: Bruno Carvalho