Basta de violência, queremos justiça: Santaluz quer paz!’. Levando esse lema, milhares de pessoas se mobilizaram na manhã desta segunda-feira (13), em Santaluz, durante uma caminhada para pedir o fim da violência no município e uma solução para o assassinato de duas pessoas encontradas carbonizadas dentro do porta-malas de um carro incendiado às margens da BA-120. A polícia acredita que os corpos possam ser dos professores Edivaldo Silva de Oliveira, conhecido como Nino, e Jeovan Bandeira, mas segue aguardando o resultado dos exames para identificar os corpos.
Por volta das 8h30, os manifestantes se concentraram em frente ao Centro Educacional Nilton Oliveira Santos (Cenos), de onde saíram em caminhada pelas ruas da cidade. Durante o trajeto, o grupo fez paradas em frente ao Fórum, a delegacia e a Câmara de Vereadores da cidade, onde o ato foi encerrado com pedidos de justiça e mais segurança para população. À medida que a mobilização avançava pelas ruas ganhava ainda mais força, com a participação da comunidade. Segundo levantamento do Notícias de Santaluz, a Polícia Militar contou 6 mil pessoas nas ruas, e a Guarda Civil Municipal sete mil. A manifestação é considerada a maior já realizada no município.
A estudante Stephanie Costa, de 12 anos, aluna do Cenos, o ato foi importante para chamar a atenção das autoridades. “Santaluz não é mais um lugar seguro. Em relação à morte dos professores Nino e Jeovan, é muito triste ver duas pessoas tão maravilhosas morrerem de uma forma tão trágica. É muito importante a sociedade se unir”, afirmou. Já para a aluna do Colégio Estadual José Leitão, Osmária Abreu, de 17 anos, o sentimento é de compaixão. “Essa caminhada foi importante para mostrar que as pessoas se importam com o que aconteceu. Sinto-me indignada com o que aconteceu com os professores Nino e Jeovan. Espero que o caso seja solucionado, pois a sociedade mostrou que quer essa resposta”, disse.
Para Eva Nunes, presidente do Centro Espírita Luz no Caminho, a manifestação traduz a necessidade de justiça da população. “Nossa luta aqui hoje não foi apenas por Nino e Jeovan, mas por cada luzense que teve sua vida ceifada de maneira trágica e violenta nos últimos anos. Sinto um orgulho imenso da população luzense que mostrou que não está alheia aos acontecimentos”, destacou.
O protesto foi organizado por diversas entidades como Secretaria Municipal de Educação, Centro Espírita, Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado da Bahia (APLB), escolas, igrejas evangélicas e católicas, loja maçônica, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, entre outras representações da sociedade civil. “Decidimos fazer esse protesto pelo fim da violência em Santaluz e a sociedade abraçou a ideia. Este é um pedido de justiça”, disse o presidente da APLB, Clenildo Peixinho.
No final do protesto, os manifestantes assinaram um abaixo-assinado pedindo solução para o caso e uma audiência pública para discutir a segurança do município. As faixas e cartazes usadas durante a mobilização foram penduradas em árvores e locais públicos espalhados no Centro da cidade.
Notícias de Santaluz