Em meio a grande movimentação, a presidente afastada Dilma Rousseff chegou ao Senado, por volta das 9h, desta segunda-feira (29). Ela vai se defender das acusações de ter cometido crime de responsabilidade em 2015. Dilma chegou acompanhada do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e seu advogado José Eduardo Cardoso.
Neste quarto dia de julgamento do processo de impeachment, que deverá ser o mais longo de todos, além de apresentar sua defesa, Dilma irá responder a perguntas de parlamentares.
Até às 9h45, 78 senadores, dos 81, já estavam inscritos para questioná-la. Cada um terá cinco minutos e Dilma terá tempo livre para as respostas. Antes de responder, a petista irá dispor de 30 minutos para sua defesa, mas, segundo o presidente da sessão do julgamento, ministro Ricardo Lewandowski, este tempo poderá ser prorrogado de acordo com a necessidade da petista.
Os convidados da presidente afastada serão 40: 30 deles ficarão nas galerias e 10 – assessores mais próximos – na tribuna de honra – entre eles, ministros de sua gestão, como Aldo Rebelo (Defesa) e Jacques Wagner ( Casa Civil) e artistas como o cantor Chico Buarque e atriz Letícia Sabatella. Lula também vai acompanhar a sessão.
Já entre os convidados da acusação, que serão 30, e ocuparão parte das galerias no plenário, estarão representantes de movimentos sociais como o Vem para Rua e Movimento Brasil Livre(MBL), além de uma filha do jurista Hélio Bicudo, um dos autores da representação. Bicudo enfrenta graves problema de saúde.
Segurança
Nesta segunda-feira, a novidade em relação à segurança é que a Esplanada dos Ministérios foi completamente fechada, desde a Catedral até o prédio do Congresso Nacional. O acesso está sendo feito a pé ou de carro, por vias auxiliares. Ao contrário de outros dias, o gramado na Esplanada – dividido por um muro de 80 metros – já começa a ser ocupado por manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment. A Polícia Militar do Distrito Federal faz a segurança no local.
Histórico
Dilma é alvo de um processo de impeachment, por ter editado, em 2015, decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso e também de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro [as chamadas pedaladas fiscais]. A petista foi afastada da Presidência da República pelo Senado há mais de 100 dias.
Correio