Um dia após ler a sua mensagem aos senadores e ao povo brasileiro, a presidente afastada Dilma Rousseff decidiu que irá ao Senado fazer sua defesa. A informação foi confirmada ontem pela assessoria de imprensa da petista. Ela já está redigindo o seu pronunciamento no Senado e terá a opção de apenas discursar e se retirar da sessão. O julgamento final do impeachment começa no dia 25.
Todo o processo será conduzido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. A previsão dos senadores é de que a votação final aconteça apenas na quarta seguinte (31). Lewandowski esteve no Senado ontem para combinar com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os demais senadores o roteiro desta última etapa.
A principal preocupação do ministro era não realizar sessões durante o fim de semana sob o argumento de que, nem o STF e nem o Senado trabalham normalmente nestes dias. Lewandowski não queria que houvesse espaço para posteriores questionamentos da defesa e críticas de que o processo foi “atropelado”.
O processo começará na próxima quinta, às 9h, com a apresentação das chamadas “questões de ordem”, que são pedidos feitos por senadores sobre o trâmite do processo.
Em seguida, os senadores iniciarão a oitiva das duas testemunhas indicadas pela acusação. Assim que acabar esta parte, os senadores iniciam a oitiva das testemunhas de defesa. O advogado de Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, indicou seis pessoas, número máximo permitido.
De acordo com Lewandowski, ficou acordado entre os parlamentares que eles prosseguirão com a sessão durante o tempo necessário para que todos sejam ouvidos. Ou seja, é provável que esta fase acabe apenas no sábado (27) já que a previsão é de que cada uma leve, em média, oito horas. O Senado retomará a sessão na segunda (29), às 9h, com a presença de Dilma.
A presidente terá meia hora, prorrogável pelo tempo que for necessário, para discursar. Assim que ela acabar, cada senador poderá questioná-la em até cinco minutos e a presidente terá o mesmo tempo para responder.
Na terça, os parlamentares retomam a sessão com a etapa em que cada um pode discursar por até dez minutos. A expectativa é de que esta fase dure cerca de 20 horas, o mesmo tempo que os senadores demoraram nas duas fases anteriores do processo.
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