A população de Salgadália, distrito distante 17 km da sede do município de Conceição do Coité, de maneira especial a comunidade evangélica, se despediu na manhã deste domingo, 04, de Miguel Junqueira dos Santos, 57 anos, seu filho Jorge de Santana Santos, e Antônia Alaizes de Oliveira, 76 anos (sogra de Jorge), mortos na noite de sexta-feira,02, numa violenta colisão na BA 411 trecho Povoado de Serrote/Distrito de Salgadália, envolvendo o veículo que viajavam, um Fiat Palio e um Fiat Strada conduzido por José Oliveira dos Santos, residente na fazenda Correia, ele que também morreu na hora.
Os corpos ficaram na Igreja Assembleia de Deus onde congregavam desde o momento que chegaram do Departamento de Polícia Técnica – DPT na tarde de sábado, 03, até por volta das 10h45 de hoje quando saíram para o sepultamento. Sinara, 35 anos, e Sara Santos, 06, (esposa e filha de Jorge) que também estavam no Palio foram levadas para o Hospital, Sinara já recebeu alta e participou do sepultamento enquanto a menina ainda permanece internada em um hospital de Salvador.
Autoridades políticas e religiosas participaram da despedida e ouviram dos pastores que o momento era de muita tristeza por terem perdido os ente queridos e fará muita falta, mas também consolavam quando afirmavam que Miguel, Jorge e Antônia “já se encontraram com Jesus no Paraíso e se perguntasse a eles se queriam voltar para terra eles diriam que não, pois, é um local onde não há sofrimento, não há tristeza”, afirmou um dos pastores.
O secretário da Industria e Comércio de Conceição do Coité, Francisco Apolônio, sofreu o que pode se chamar de ‘duro’ golpe, pois, perdeu um dos primeiros funcionários da sua empresa Plastsag, o supervisor Jorge Santana, e praticamente no mesmo instante que aconteceu o acidente, sua empresa começava a ser consumida pelo fogo.
O advogado Fagner Ferreira, filho de Francisco Apolônio e sócio da Plastsag esteve inconsolável, mas em nenhum momento lamentou o prejuízo que sofreram em decorrência do incêndio, seu sofrimento era pela perda dos amigos e de maneira especial Jorge Santana com quem tinha grande amizade e tinha como a história da empresa assim como sua família.”Ele quem iniciou tudo com meu pai, a gente tudo adolescente na vontade de crescer, é um patrimônio que a gente perde, já conversei com meu pai que ao reerguer as paredes e reconstruir a empresa vamos fazer a homenagem colocando o nome dele”, afirmou emocionado Fagner.
Informações dão conta que o corpo de José Oliveira dos Santos, foi velado da tarde de sábado até a manhã deste domingo na residência da família na Fazenda Correia de onde saiu para o sepultamento.
Morador lembra que maior tragédia em Coité também envolveu salgadenses
O registro de acidente mais grave no município de Conceição do Coité ocorreu em 27 de abril de 1979 e envolveu pessoas de Salgadália. Era uma manhã de sexta-feira, dia de feira livre na cidade quando uma caminhonete conduzia cerca de 9 pessoas para a sede do município atravessou a rodovia BA 409, conhecido como cruzamento do Boi na Brasa no momento que passava um caminhão carregado de Sisal que havia saído de Valente sentido Salvador e atingiu em cheio.
O impacto foi tão violento que o caminhão capotou por completo ficando todas as rodas para cima e sobre carga de sisal. O motorista nada sofreu e acabou evadindo do local. Os passageiros da caminhonete muitos deles estava na carroceria e caíram sobre o asfalto se misturando com mercadoria de alguns passageiros, tipo vassoura e esteira que seriam comercializados na feira.
O CN encontrou neste domingo com o sargento PM aposentado Reinaldo Saturnino de Lima que perdeu na ocasião do acidente seu primeiro filho Rubinho de apenas 5 anos, que estava sendo levado por sua sogra Maria José Lopes da Silva, para um consulta médica.Ela também morreu juntamente com outras três pessoas, inclusive o motorista conhecido por “Pequeno”.
“Zamba” como é conhecido o militar da reserva, disse que no dia do acidente estava em serviço na cidade de Cansanção e foi avisado por um colega de trabalho.” Já se passou todo esse tempo, 37 anos e não tem um dia pra eu passar por lá e não lembrar. Guardo até hoje de recordação um chapéu que eu dei a meu filho”, contou.
Redação CN