O agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) prometeu escrever um livro com os bastidores do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Cunha concedeu coletiva minutos após a Câmara aprovar o pedido de cassação de seu mandato.“Eu vou escrever um livro do impeachment, com os diálogos com todos que conversaram comigo. Eles serão tornados públicos em sua integralidade”, garantiu o ex-parlamentar. Apesar do tom, o deputado garantiu que não registrou nenhum encontro com aliados ou inimigos políticos ao longo dos anos. “Eu não gravo conversa e não compactuo com quem grava conversa”, alfinetou. O peemedebista disse que já havia anunciado sobre o livro e que não faz ameaças, veladas ou não. “Eu quero contar os fatos. Acho que a sociedade merece conhecer todos os fatos. Eu já tinha anunciado, mas agora vou escrever mais rápido. Agora eu tenho mais tempo”, ironizou. Questionado sobre o que fará a partir de agora, já que está inelegível, o ex-parlamentar disse que “vai pensar”: “Vou procurar editora para o livro, ver se consigo ter boa renda com ele”.
Cunha avaliou que sua cassação foi resultado de um “processo político” tornado pela Rede Globo, pelo governo de Michel Temer (PMDB) e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “A Globo fez uma campanha para a minha cassação. É um conjunto político de um processo de vingança. Eu culpo o governo hoje, não por ter incentivado a votação hoje, mas quando patrocinou a candidatura de Maia, junto ao PT, e aderiu à agenda da minha cassação”, lamentou. “Eu cometi muitos erros, eu errei muitas vezes, mas não foram meus erros que levaram à minha cassação. Eu fui vítima de uma vingança política”, acusou.
O ex-deputado afirmou que vai recorrer da decisão do plenário no Supremo Tribunal Federal (STF), mas não se mostrou muito otimista com a possibilidade de reverter a situação. Questionado se teme que ele ou sua família sejam presos, ele garantiu: “Só temo a Deus”.
Bahia Notícias