O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, disse ao juiz federal Sérgio Moro nesta terça-feira (13) que o Ricardo Berzoini, ex-ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff, participou de reunião que combinou a blindagem ao governo e às empreiteiras nas investigações da CPI da Petrobras em 2014.
A reunião foi feita na casa do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso em abril deste ano na 28ª fase da Operação Lava Jato. O empreiteiro Léo Pinheiro, condenado a 16 anos de cadeia por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, teria pago propina no esquema de desvio de dinheiro em contratos de obras públicas na Petrobras e em outras empresas estatais.
— Fui convocado para um encontro na casa do senador Gim Argello e lá chegando estavam presentes o senador Vital do Rego e para minha surpresa estava presente o ministro das Relações Institucionais do governo Dilma, o ministro Ricardo Berzoini. Eu fique surpreso, eu não conhecia pessoalmente.
Essa foi a primeira vez que Pinheiro admitiu crimes no esquema de cartel e corrupção na Petrobras. O empreiteiro é suspeito de pagar propina de R$ 350 mil ao ex-senador Gim Argello por meio de uma doação a uma igreja.
Ao juiz Sérgio Moro, Léo Pinheiro agradeceu à nova oportunidade de colaborar com as investigações — o empreiteiro teve sua delação premiada com o Ministério Público Federal suspensa pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
— Eu queria agradecer o senhor e ao Ministério Público a oportunidade para eu esclarecer, para falar a verdade, mesmo que esses fatos me incriminem. Eu cometi crimes e para o bem da Justiça do nosso País, para o bem da sociedade, estou aqui para falar a verdade, para falar tudo o que sei.
R7.com