Enquanto emissoras de TV transmitiam a apresentação da denúncia contra o ex-presidente Lula pela força-tarefa da Lava Jato, o petista ia às redes sociais para se defender das acusações de ter recebido propina do esquema de corrupção na Petrobras.
Pelo Twitter, republicou notas de esclarecimento de seus advogados, afirmando que ele não é dono do triplex no Guarujá. Em postagem feita às 15h11, Lula chegou a comparar o caso dele com o do ex-presidente Juscelino Kubitschek. “Curiosidade histórica: JK foi acusado de ser dono de imóvel em nome de amigo”, diz a publicação.
Logo após deixar a Presidência, em 1960, JK foi morar no Rio de Janeiro. Lá, ocupou um apartamento na avenida Vieira Souto, em Ipanema, o endereço mais caro do país, cuja propriedade estava em nome de uma empresa controlada pelo banqueiro Sebastião Pais de Almeida. À época, JK foi acusado de ser o verdadeiro dono do imóvel.
No início da noite, Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia divulgaram, por meio da assessoria de imprensa do casal, uma nota em que classificam a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de “truque de ilusionismo”, com base “em peça jurídica de inconsistência cristalina”.
“A denúncia em si perdeu-se em meio ao deplorável espetáculo de verborragia da manifestação da Força Tarefa da Lava Jato. O MPF elegeu Lula como ‘maestro de uma organização criminosa’, mas ‘esqueceu’ do principal: a apresentação de provas dos crimes”, afirma a nota. “Um novo país nasceu hoje sob a batuta de Deltan Dallagnol (procurador do MPF) e, neste país, ser amigo e ter aliados políticos é crime”, diz o texto.