Consagrada por 49,70% dos votos, Quitéria Carneiro Araújo (PSD), empresária, 47 anos, conhecida por Quitéria de Júnior, será a primeira mulher a exercer a função de chefe do pode executivo do município depois de obter nas urnas no domingo (02), 11.930 votos, vencendo o ex-prefeito por três mandatos e ex-deputado, Joelcio Martins da Silva (PMDB) por uma diferença de 763 votos. Joelcio, líder da oposição, obteve 11.167 votos e com esse resultado o PMDB acumula quatro derrotas consecutivas, tendo como candidato Bino, Joelcinho duas vezes e por último Joélcio.
Natural de Valente, casada há 23 anos, mãe de dois filhos, Maike, 23 anos e Keiti, 16, Quitéria foi secretária de Assistência Social nos dois mandatos de Junior do Max, seu esposo (2005/2012) e inicialmente resistiu ao ser convidada para assumir a candidatura de prefeita, mesmo tendo conhecimento de que seu nome aparecia bem em todas as pesquisas de opinião pública.
Ela contou ao CN que veio assumir a candidatura ao conversar com Júnior e vê em frente de sua casa uma multidão aguardando a resposta e a vibração popular quando informou ao povo que aceitaria a missão. “Isso tudo no dia da convenção à noite. Ao chegar ao local do evento ai tive certeza que aquela missão era minha e não podia me omitir diante do apelo popular”, lembrou.
Questionada sobre essa aceitação popular, Quitéria disse que foi o resultado dos oito anos de serviço prestado na Ação Social onde atendia a todos por igual e além do trabalho interno na secretaria, fazia visitas nas casas das famílias que tinham problemas e necessitava da presença do governo para resolver seus problemas, “mas fazia isso sem intenção de um dia ser candidata, queria apenas ajudar e ver as pessoas viverem melhor”, confessou.
Sobre o foco principal de sua gestão, ela não demorou de responder que será a saúde, com ampliação e reforma do hospital municipal, aumentar os serviços prestados com contração de profissionais para realização de exames e outros atendimento que não existem no município e as pessoas têm que se deslocar para Salvador, e ficar atenta no sentido de não deixa faltar medicamento. “Saúde será a nossa prioridade”, afirmou.
Quitéria disse ao CN que ainda não parou para formar sua equipe, pois viveu a última semana de muita comemoração, mas começará nesta semana a conversar com Junior líder do grupo, ouvir as pessoas que participaram da campanha e acreditam em seu projeto, verificar o perfil de cada um, conversar com os partidos coligados e assim montar a equipe para Santaluz continuar avançando. “São visíveis às transformações e as obras que chegaram a Santaluz depois de 2004 quando Junior assumiu a liderança política do município. Ele fez muito, Zenonzinho também e agora é a minha vez. Sou a primeira mulher prefeita desta terra e não vou decepcionar esse povo que tanto gosto”, concluiu.
Dos 13 vereadores que compõe a Câmara, oito foram eleitos pelos partidos da base aliada e se levar e consideração que o PT, apesar de ter lançado candidatura na chapa majoritária, faz também parte da sustentação do governo em nível de Bahia, esse numero pode subir para 09 com a vitória de Vanvan do Mucambinho, eleito pelo PT com 1.052 votos. Além de Vanvan, os vereadores do PSD, Peu, Léo Reis, Branco, Milson do Pereira e Jeová da Serra Branca, Danda (PP) e Louro do Rio Verde (PP), ligado ao vice-prefeito Márcio Oliveira e Miraldo (PDT irão fazer parte da base do governo).
Pela oposição foram reeleitos Luizão e Paulão (PMDB) e Sérgio Suzart (PPS). Natanael Lima da Cruz (PMDB) retornou ao poder legislativo com 692 votos. Das 19 candidatas a vereadoras neste pleito, a petista Valmira Lopes de Souza, conhecida por Valmira do Miranda foi que mais obteve votos, ou seja, 572, ficando na primeira suplência da coligação PT, PHS e PCdoB.
Mulheres no Legislativo Luzense – Nos dois últimos mandatos, a presença feminina não é representada na Câmara. Ao longo da história do poder legislativo, desde que Santaluz se emancipou em 18 de Julho de 1935, passaram pela Câmara as vereadoras Nozinha, Maria Mota, que representava a região de Várzea da Pedra, Zezé, Zélia e Drª Luzanete.
Mulheres que deixaram suas marcas em municípios do Território do Sisal
Dos vinte municípios do território do sisal, apenas Itiúba, Queimadas, Serrinha (Por apenas um ano) e Araci, foram administrados por mulheres. No mandato que terá inicio em 01 de janeiro de 2017, Santaluz e Itiúba serão comandadas por mulheres, ou seja, Quitéria de Junior (PSD) e Cecilia Petrina (PCdoB) respectivamente. O município de Conceição do Coité terá pela primeira vez uma mulher no exercício de vice-prefeita, Val (PSD), esposa do deputado Alex da Piatã (PSD).
O PSD apresentou também Meury como candidata a prefeita de Teofilândia, que obteve 40,18% dos votos (5.202 votos) ficando em segundo lugar e o PP, em Araci lançou Nenca que obteve 12.065 que foram cancelados, pois foi considerada inelegível.
História da mulher na política do Brasil
Luíza Alzira Soriano Teixeira foi à primeira prefeita eleita no Brasil e na América Latina. Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Viúva, Alzira Soriano disputou em 1928, aos 32 anos, as eleições para a prefeitura de Lajes, cidade do interior do Rio Grande do Norte, pelo Partido Republicano, e venceu com 60% dos votos, quando as mulheres nem sequer podiam votar. Mas foi pouco tempo de administração, apenas sete meses, com a revolução de 1930, Alzira Soriano perdeu o seu mandato por não concordar com o governo de Getúlio Vargas.
Nas eleições convocadas por Getúlio Vargas para uma Assembleia Constituinte, nos anos de 1934 e 1935, foi eleita a primeira mulher deputada federal, Carlota Pereira de Queiroz, médica paulista. Berta Lutz, cientista e feminista, primeira suplente do Distrito Federal, assumiu o mandato em 1936. Com muita luta na vida política, outras mulheres garantiram que, pela primeira vez, a Constituição brasileira consagrasse, entre outros aspectos, o princípio de igualdade entre os sexos, o direito do voto feminino e as garantias de proteção ao trabalho da mulher.