A senhora Izete Mascarenhas Araújo, 81 anos, viúva a quase sete anos, procurou a redação do Calila Noticias para explicar que sua fazenda no Povoado de Itareru no limite entre os municípios de Conceição do Coité e Valente, invadida por sem terra no último dia 20, não foi atitude correta, pois, segundo ela a propriedade é beneficiada, tem lavoura de sisal que só não está sendo extraído por conta da seca, cria animais e mantém dois vaqueiros para cuidar.
“Levei um grande susto quando me telefonaram que tinham invadido, ai me perguntei: mas a invasão de terras não acontece com terras improdutivas? Eu tenho tanto cuidado com minha terra que meu marido e eu conquistamos com tanta luta, surgem pessoas tomando posse parecendo que não tem dono. Espero e confio na justiça dos homens e na justiça de Deus que eles vão desocupar, pois, estou sofrendo muito com isso”, afirmou a proprietária.
Dona Izete disse que a fazenda tem cerca, cancelas, grandes represas, animais e principalmente o zelo, pois segundo ela gosta de tudo organizado, para isto cumpre rigorosamente os compromissos trabalhistas com funcionários, assinando suas carteiras e pagando 13º, ferias, FGTS e tudo que eles têm direito, possui mapas da fazenda que é possível identificar tudo que nela existe, paga o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, que é cobrado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) até mesmo antes do vencimento.
Ela disse que não vai confrontar com ninguém, espera o bom senso de cada uma e o trabalho sério da justiça. “Não quero agredir ninguém, só Deus está do meu lado, eu tenho convicção que o que é meu ninguém vai me tomar nunca”, afirma.
Izete era esposa do saudoso Oldack Amâncio, segundo ela um dia ele chamou alguns moradores de Itareru e doou lotes de terra a dezenas de pessoas para que elas pudessem construir a trabalhar, de maneira que em gratidão colocaram o nome do local ‘Vila Oldack Amâncio’. As pessoas são muito gratas e estão ao meu lado neste momento e quero agradecer o apoio de todos”. Eu só lamento o caso de um filho de um trabalhador que Oldack deu dez tarefas de terras para trabalhar, esse menino é que está dando mais trabalho lá dentro”, lamenta.
Dona Izete disse que ali está a sua vida, pois quando foi comprada era mata virgem e meu marido trabalhava lado a lado com os trabalhadores, agora aparecem pessoas querendo ser donos. Se eles pensavam que, com a morte de Oldack a fazenda ia ser abandonada se enganaram, pois, sabendo que ele gostava muito dessa terra eu passei a cuidar até mais que ele que já era muito organizado”, concluiu a proprietária.
Redação CN