De um lado, com o peso de 64 pontos, a vice-liderança e ainda sonhando com o título da Série A, o Santos. Do outro, um visitante que briga contra o rebaixamento e que nunca venceu o adversário de hoje na Vila Belmiro: o Vitória.
Se o duelo entre Santos e Vitória, às 18h30, fosse uma luta de boxe, não seria exagero comparar a uma revanche entre Davi e Golias num ringue. Mesmo com todos os números a favor dos paulistas, o rubro-negro baiano promete ser ousado fora de casa. Principal arma do time baiano, Marinho garante que o Vitória vai enfrentar o Santos sem medo.
“É fundamental para nossa equipe ter muita tranquilidade e não dar espaços a eles. O Santos sabe usar o fator campo a seu favor, mas estamos confiantes e motivados para essa partida. É um jogo em que vamos precisar de muita atenção para aproveitarmos as chances que criarmos. Temos que fazer uma partida perfeita”, analisa “Di” Marinho.
A consciência sobre o poder do Santos é comum a todos no Vitória. Porém, o técnico Argel afirma que o Leão não vai jogar só para evitar a derrota. A intenção é surpreender o favoritismo do Peixe fazendo uma partida perfeita, principalmente no ataque. “É um jogo complicado. Nós trabalhamos este ano contra o Santos na Vila Belmiro. O Santos perdeu dois jogos dentro de casa: para o Figueirense e para o Internacional. Não vamos lá para marcar o Santos. Também. Mas nós vamos lá para jogar, para agredir. Até porque precisamos do resultado”, disse Argel, que treinava o Inter quando ganhou do Peixe por 1×0, pela 4ª rodada, em maio.
Não é exagero dizer que o Vitória depende de Marinho. Nos dez jogos de Argel no comando do Leão, o atacante fez cinco gols e deu o último passe para mais cinco. Detalhe: Marinho só disputou sete desses dez jogos. Machucado, ficou fora das derrotas para Ponte Preta, Sport e Cruzeiro, além de ter jogado só até os 39 minutos do 1º tempo na derrota para o Grêmio.
Em evolução
Argel não poupa argumentos para que o torcedor acredite no triunfo do Vitória. Mesmo próximo da zona de rebaixamento, o treinador compara com o time de Vagner Mancini para mostrar que o Leão está em ascensão. “Minha responsabilidade são os dez jogos que estou à frente da equipe. Nós não pegamos o Vitória em 5º colocado. Pegamos em 18º, com 36% de aproveitamento, atrás do Internacional e do Figueirense. Hoje estamos com 43% de aproveitamento, à frente do Internacional um ponto e seis à frente do Figueirense. Então, não tenho dúvida de que a equipe melhorou em todos os aspectos: na parte tática, técnica, física e na parte de competição”, argumenta.
Os números batem. Com Mancini, o Vitória fez 24 jogos, com seis triunfos e um aproveitamento de 36%, como Argel Fucks frisou. Com o técnico atual, o Leão tem 10 jogos e já somou quatro triunfos, dois a menos que Mancini.
“É nítido que a equipe cresceu em todos os aspectos. Se a gente tivesse o aproveitamento desses dez jogos, que é de 43%, hoje nós estaríamos em 10º colocado na competição. E a minha responsabilidade é essa. Eu fui contratado para tirar o Vitória de uma situação de rebaixamento, de permanência na Série A. A gente tem feito isso”, reforça.