O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, disse em entrevista à Folha de S. Paulo que foi pressionado por Geddel Vieira Lima a produzir parecer técnico para que aprovasse um imóvel na Ladeira da Barra, em Salvador. Calero pediu demissão do cargo na sexta-feira (18). O deputado Roberto Freire (PPS-SP) assume o Ministério.
“Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo”, afirmou.
Ao blog do jornalista Gerson Camarotti, Geddel negou que tenha tido desentendimento com Marcelo Callero. “A última vez que nos encontramos, falamos rapidamente. Estava saindo do jantar com senadores no Palácio da Alvorada e ele estava chegando. Não há qualquer desentendimento”, disse o ministro da Secretaria de Governo.
Calero na pasta
Calero assumiu o Ministério da Cultura em maio, depois da pasta ter sido extinta e vinculada à Educação. Logo, no entanto, Temer voltou atrás e a pasta voltou a ter autonomia. Em junho, o ministro se envolveu em polêmica ao criticar os responsáveis por “Aquarius”, que protestaram contra o impeachment de Dilma durante o festival de Cannes. “Eu acho muito ruim. Como qualquer manifestação, tem que ser respeitada, isso está fora de questionamento. Agora, acho ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil”, disse na época.
Atriz do filme, Sônia Braga publicou uma resposta. “Como pode um ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro?”, indagou Sônia. “Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. Uma coisa é certa: estamos juntos.”
Fonte: Correio24horas