O Palmeiras de 2016 me faz lembrar de uma paixão no futebol; do Vasco de Caruaru e sua torcida apaixonada; do radinho de pilha que a gente colocava no pé do poste para sintonizar a Rádio Globo de São Paulo; da folia com um título a dez mil quilômetros de distância. Porque o futebol é uma paixão e a paixão desconhece o espaço. E se reconhece no bom futebol visto seja em que campo for. Hoje, em qualquer canto deste país, há o resgate de uma eterna paixão.
As paixões no futebol não são passageiras, são geralmente amargas e contêm em si um travo das desmedidas aflições. Torcedor de verdade aprende – ou deve aprender – que o tempo é o senhor de tudo; não há fase ruim que dure para sempre ou uma fase de títulos que nunca se acabe. No Brasil se acredita que o futebol move uma parte da sociedade, cuja única diversão é ver a boa rolar. Hoje, num gramado sagrado e verdade, a bola rolou para os palmeirenses. Em todo o país.
O Palmeiras é uma paixão antiga. Mas que se renova a cada título, a cada conquista que nos faz encher os olhos. O Palmeiras de Paulo Nunes, de Evair, de Zinho, de Alex é aquele que se supera mais uma vez para reavivar no torcedor uma paixão em descanso; do descanso renasce uma paixão das novas gerações daquele que é o melhor time do Brasil, o time da moda. Palmeiras continuará sendo sempre aquela luz verde a iluminar o caminho dos torcedores.
Hoje me volta à memória um time de sucesso: o Vasco de Caruaru. Aquele time que tinha uma ânsia em jogar o bom futebol e agradar os torcedores, mesmo os adversários. Ele me faz relembrar o Palmeiras de 2016, um ícone do bom futebol n um ano em que ficam gravadas as marcas de time paulista, alviverde, de origem italiana e que traz tanto orgulho aos torcedores espalhados pelo país.
Os palmeirenses de todo o Brasil festejam mais um título, mas, acima de tudo, resgatam uma paixão que por muito tempo ficou guardada no coração. É do coração que ela aflora agora, límpida, imponente, espetacular como o futebol de Gabriel Jesus, de Dudu, de um time que jogou o tempo inteiro para ser campeão.
O tempo passou e a paixão pelo Palmeiras não se apagou. Ela vive, muitas vezes, não nos torcedores paulistanos; é dos torcedores do restante do país que o Palmeiras vive, em sua amplitude, como um grande clube. Hoje sei de muitos torcedores que estão felizes pela conquista do Palmeiras. Posso lembrar do nome de cada um dele e com eles comemorar. Mas deixemos para o Barradão, onde a festa, esperada por 22 anos, será muito especial. Avanti Palestra!
Mailson Ramos é Relações Públicas e editor do sites Nossa Política e Portal Ecclesia.