O presidente Michel Temer (PMDB) classificou como uma “vitória” a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55, que estabelece teto para os gastos do governo em 20 anos.
“Quero registrar o meu agradecimento ao Congresso Nacional, que foi de uma preocupação absoluta com o Brasil, que fez essa parceria conosco para que tivéssemos a vitória que estamos tendo na Casa Legislativa”, afirmou durante evento oficial de lançamento do programa de renovação da frota de ônibus do sistema de transporte público, em Brasília, na tarde desta terça-feira (13).
Temer disse ainda que “completou-se o ciclo da primeira emenda da constitucional que visa a tirar o país da recessão”.
A PEC foi aprovada no começo da tarde de hoje, em meio ao agravamento da crise política com a divulgação da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que envolve os homens fortes do governo Temer.
O presidente iniciou seu discurso comentando os oito votos a menos a favor do governo na comparação com a primeira votação, em novembro, quando 75 senadores votaram (61 a favor e 14 contra).
Segundo ele, a vantagem numérica menor foi resultado do horário da sessão. “Quero esclarecer que a votação foi menor que a primeira e isso se deve ao fato do Renan [Calheiros] ter antecipado a votação, que iria ser votada à tarde. Muitos senadores estão chegando agora ao Senado. O número mudou, mas não mudou o apoio ao governo”, disse.
A maioria da população brasileira (60%) é contrária à PEC 55, de acordo com pesquisa feita pelo Datafolha, O instituto entrevistou 2.828 pessoas em 7 e 8 de dezembro.
Reforma da Previdência
Ainda durante o discurso, o presidente falou da importância de outra PEC, a da Previdência, que começou a ser analisada na segunda-feira (12) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, no primeiro passo da tramitação do projeto no Congresso Nacional.
“Colocamos a nossa proposta, a que achamos útil para o nosso país, mas o palco do debate é o Congresso Nacional. Seremos obedientes naquilo que o Congresso Nacional deliberar. Estamos pensando nas gerações futuras, mas mais do que isso, estamos pensando naqueles que já estão aposentados. Não podemos ficar como a Grécia as pessoas batiam na porta do poder público e não encontravam pagamento”, disse.
O peemedebista afirmou ainda que é preciso “ter coragem” para tirar o país da recessão. “Se não tivesse coragem por que mexeria na previdência? Poderia deixar para depois. Quem viesse depois de 2018 que cuidasse do país, todo desarticulado. Mas a missão de quem ama o Brasil é unir esforços e tomar essas atitudes corajosas”, disse.
Uol