Com o tema “Violência em Coité: O que temos com Isso?”, foi realizado na noite de quinta-feira, 19, no Salão do Juri do Fórum Durval da Silva Pinto, um debate com a sociedade civil que teve como público alvo estudantes de Direito, advogados, professores, entidades sociais como Revolution Reggae, Batuque Social, CRAS, Assistência Social, Guarda Municipal, Secretaria de Educação, entre outras representações que puderam debater a realidade atual da violência na cidade, perante o juiz da Comarca Gerivaldo Alves Neiva e a nova delegada Ludmila Araújo.
O debate serviu para que o público conhecesse a nova delegada e ao mesmo tempo falasse sobre os problemas que o município têm enfrentado nos últimos anos, e também apresentasse possíveis soluções para evitar o crescimento da violência, que bateu recorde no número de homicídios no ano passado, com 36 pessoas mortas por arma de fogo ou arma branca.
Para o Doutor Gerivaldo Neiva, Conceição do Coité vive um momento novo, quando pela primeira vez em sua história, conta com uma delegada na coordenação da Polícia Civil do município, que passa por um reestruturação na delegacia. “Trata-se de uma delegada nova na carreira, apenas seis meses na função, que conversou com a comunidade, muito solicita, demonstrou interesse em conhecer os problemas.É um bom inicio de ano, mudança na delegacia e na equipe de policiais, vejo um começo animador em 2017, aqui para Conceição do Coité”, afirmou o juiz.
A delegada no primeiro momento procurou ouvir atentamente e falou pouco, disse que está na sua primeira semana da trabalho na delegacia de Coité e já sabe que tem muito trabalho, olhou os inquéritos, está fazendo os ajustes naturais e está acreditando que logo colocará a unidade do seu jeito para juntamente com a equipe de policias, judiciário e a sociedade civil coiteense, possa realizar seu trabalho.Para a delegada é um grande desafio, “mas espero poder atender as expectativas da população”, disse.
A fonoaudióloga Isabela Lima faz parte do coletivo que tem buscado discutir soluções para os problemas do município e viu como bastante positivo a presença de uma mulher frente a Delegacia, segundo ela, o tratamento dado pelos policiais às mulheres vitimas de violência doméstica ou sexual, está aquém do que deveria ser oferecido, “muitas vezes quem deveria auxiliar acaba culpabilizando, o que traz transtornos ainda maiores para ela que é vítima”, afirmou Isabela.
A fonoaudióloga disse que a sociedade é responsabilizada e tem parte de culpa na questão da violência, mas que assumindo a responsabilidade consegue trabalhar para ir de encontro ao problema. ” O que a gente ver hoje são crianças negligenciadas pela sociedade em si, que não busca entender do processo de criação daquela criança, e só cobra responsabilidade de família, da policia ou do juiz, quando ela cai na criminalidade. A família, a escola, o vizinho, pode contribuir para evitar que a criança entre na marginalidade”, afirmou.
Conceição do Coité que terminou o ano 2016 com a media de três pessoas mortas por arma de fogo ou arma branca por mês, teve um homicídio no primeiro dia de 2017, o que causou um certo pânico a população, mas este crime foi elucidado, com apreensão de dois adolescentes, foram ouvidos pela justiça, estão internados em Salvador e segundo o juiz a audiência de instrução e julgamento deles já vai acontecer no próximo dia 30/01, vai ser última audiência onde serão ouvidas testemunhas e se for o caso serão condenados.
Redação CN