Um relatório do Setor de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas com data do dia nove de janeiro deste ano aponta que a facção Família do Norte, responsável pela morte de 56 presos durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), planejava atentados a bomba contra autoridades. Os ataques seriam parte da segunda parte do plano, que teve início com a chacina em Manaus.
O documento foi divulgado pelo canal GloboNews e consta ainda que os líderes locais da facção teriam partido para a retaliação após os principais líderes do grupo, detidos em prisões federais, não terem voltado ao estado durante o final do ano, o que havia sido solicitado em outubro. Os alvos dos ataques seriam o secretário de Segurança Pública Sérgio Fontes e o promotor de Justiça Lauro Tavares, do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Amazonas.
Na sexta-feira da semana passada uma conversa por celulares entre presos do Compaj interceptada pelas autoridades conseguiu flagrar um dos líderes do grupo, chamado de Marquinhos, falando do sucesso da chacina nos primeiros dias do ano e afirmando que a segunda fase do plano já estava em andamento. As bombas serias deixadas em malas no Tribunal de Justiça e no Ministério Público. A tarefa seria chefiada por um detento do semiaberto conhecido como Nigéria. Ele já estaria em posse de metralhadoras e contaria com o apoio de pistoleiros colombianos especializados no uso de explosivos.
Ontem, os homens da Força Nacional chegaram aos estados do Amazonas e de Roraima para reforçar a segurança nas penitenciárias. 17 chefes de facções foram transferidos de Manaus para presídios federais. Em discurso no Palácio do Planalto, o presidente Temer mudou o tom e afirmou que os grupos PCC e Família do Norte cometeram uma ‘pavorosa matança’ baseado em códigos próprios.
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