Proposta pelo deputado estadual Raimundo Nonato (PCdoB), que no futebol fez sucesso com o apelido de Bobô, um dos maiores ídolos da história do Esporte Clube Bahia, foi realizada na tarde deste quinta-feira (16), no Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) uma homenagem aos ex-jogadores campeões brasileiros de 1988, que no próximo domingo, 19, irá comemorar 29 anos do Bi-campeonato brasileiro, o autor do hino do Bahia (jornalista Adroaldo Ribeiro Costa), e a torcida, que se tornou patrimônio cultural e imaterial do estado (Lei 13.599/2016, de autoria do deputado).
O ato solene contou com a presença de jogadores de duas das maiores gerações vitoriosas. Eliseu, Douglas, Osni e Emo, sendo os três primeiros que brilharam na década de 1970, quando conquistou 7 campeonatos baianos seguidos, e a outra geração campeã do Brasileiro 88-89. Marcaram presença Paulo Rodrigues, Sandro, Zé Carlos, artilheiro do Bahia na ocasião, Dico Maradona e o goleiro Ronaldo Passos, além de Bobô, considerado o grande ídolo tricolor. Bobô disse ao Calila Noticias que convidou praticamente todos os jogadores que estiveram naquele grande jogo no Beira-Rio, mas por motivos diversos não puderam comparecer.
Foram convidados também o atual presidente Marcelo Santana e quatro ex-presidentes, entre eles Paulo Maracajá que presidia o clube naquela época. O secretário Cássio Peixoto representando o governador Rui Costa e demais autoridades.
Inicialmente foi mostrando no telão um resumo da trajetória do Bahia até a conquista e entrevista com o técnico Evaristo de Macedo e jogadores. Bobô ao usar a Tribuna da Casa contou o que era o Bahia, como foi projeto o clube que não tinha jogadores de grande expressão, mas tinha muita vontade de vencer. Ele lembrou da campanha do clube que para conquistar o titulo perdeu apenas cinco jogos, venceu 13 e empatou 11.
O ex-craque tricolor disse que o Bahia continua unido e até criou um grupo de WhatsApp para manter a comunicação com os colegas e que a homenagem pela conquista precisa está sendo relembrado sempre, pois, não é todo ano que se conquista um titulo brasileiro, ainda mais como foi o do Bahia, jogando no Estádio Beira- Rio onde o Inter era praticamente imbatível.
Ronaldo Passos que fechou o gol naquele jogo estava lá sendo homenageado pela conquista e a brilhante atuação naquele jogo que se o Bahia não marcasse gol e ele garantisse que também não deixaria a bola cair na rede, a nação tricolor poderia comemorar e foi justamente isto que aconteceu. Com o apito final Ronaldo com a duas mãos na cabeça, olhou para os céus em sinal de agradecimento.
Ronaldo ao fazer o discurso disse que nem a imprensa nem a torcida soube da humilhação que os jogadores do Bahia passavam pela mídia do sul, o preconceito por ser do Nordeste, e em campo os jogadores adversários os chamavam de assalariados. Disse que a imprensa dava apenas 10% de chances do Bahia ser campeão no entanto mostrou garra e conquistou o titulo em pleno Beira-Rio.
Reportagem em áudio com Vilmara de Assis
O meio campista Paulo Rodrigues veio de Uberaba no Triangulo Mineiro para receber a homenagem e prestigiar a iniciativa de Bobô.Ele disse que o que fortaleceu muito o grupo naquela época foi a amizade, tanto que dura até hoje, todos se falam e mantem grande cordialidade.
Paulo Rodrigues deu alegria a torcida tricolor quase cinco anos, depois foi jogador no Bragantino, São Caetano e encerrou o futebol no Japão, onde jogou por dois anos. Hoje é funcionário público e presta serviço a secretaria de esporte de Uberaba.
Usou da tribuna Paulo Maracajá que fez um discurso de ‘provocação’ ao Vitória, sempre que falava do Bi- do Bahia lembrava que o Vitória não tem titulo nacional. Mesmo com seu jeito sério fez o público presente rir, ao pedi perdão ao Papa, quando segundo ele a comemoração pelo Titulo de 1989 foi maior que a visita do pontífice.
O atual presidente Marcelo Santana disse que esse elenco de 1988-89 foi que colocou as duas estrelas sobre o escudo do Bahia, Segundo ele tinha uma de 1959 mas não existia, mas com a conquista de 1988-89 (lê se competição iniciada em 88 e finalizou em 89) surgiram as duas estrelas.
Santana disse também que a camisa que geralmente mais pesa nos outros clubes é a 10, mas afirmou que no Bahia foi a 8, usada por Douglas que estava presente no evento e depois por Bobô.
HISTÓRIA DO HINO
O sobrinho de Adroaldo Costa, Aramis Ribeiro Costa, falou de como surgiu o hino. “Ele disse que tinha feito várias coisas importantes na vida, mas duas ficariam: o projeto social Hora da Criança e o hino do Bahia. Meu tio, que era tricolor doente e diretor do clube, aos 29 anos, foi chamado para fazer uma música que alegrasse os torcedores e incentivasse o time no antigo campo da Graça. A letra reflete as características da torcida e é cantada até por quem não é torcedor”, frisou.
Redação CN