Amigos (as), o PSOL e a organização não-governamental Anis deram entrada em uma ação de descriminalização do aborto junto ao Supremo Tribunal Federal. Pede-se que o aborto seja descriminalizado nas primeiras doze semanas.
O tema aborto já bateu à porta do STF de diferentes maneiras na última década – anencefalia, células tronco, Zika e clinicam clandestinas. Só que desta vez o STF poderá se pronunciar sobre a vida de milhares de mulheres – só em 2015, foram mais de meio milhão de mulheres a fazer um aborto no Brasil. É quase uma mulher por minuto no Brasil fazendo aborto.
Todos que me conhecem, sabem das minhas concepções e crenças cristãs. Desta forma, busquei num discurso do papa Francisco, em 20 de setembro de 2013, para mostrar que a Igreja pode sim estar com os pés no chão, vivendo este mundo daqui da terra, também. E eu estaria certo no que acredito. Leia o discurso do papa:
“Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com predileção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir. Muitas vezes, para ridicularizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e, no entanto esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades. Se cai esta convicção não resta fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos direitos humanos, que ficariam sempre sujeitos às conveniências contingentes dos poderosos de turno. […] Não se deve esperar que a Igreja altere a sua posição sobre esta questão. A propósito, quero ser completamente honesto. Este não é um assunto sujeito a supostas reformas ou ‘modernizações’. Não é opção progressista pretender resolver os problemas, eliminando uma vida humana. Mas é verdade também que temos feito pouco para acompanhar adequadamente as mulheres que estão em situações muito duras, nas quais o aborto lhes aparece como uma solução rápida para as suas profundas angústias, particularmente quando a vida que cresce nelas surgiu como resultado duma violência ou num contexto de extrema pobreza. Quem pode deixar de compreender estas situações de tamanho sofrimento?”
Amigos, na minha humildade o que posso mais referendar destas palavras santíssimas é a preocupação para que não desviemos a atenção do verdadeiro problema. Se sacrificar uma vida como solução de algo é ou não tirar todo e qualquer fundamento sólido sobre a defesa dos Direitos Humanos. Toma-se para si a decisão sobre vida alheia?.
Outro argumento meu contrário ao aborto está baseado na medicina e seus avanços. Com a técnica do bebê de proveta, ou melhor, a inseminação “in vitro”, já se sabe que a vida se dá no momento da fecundação. Desta forma, já seria um ato criminoso se interromper a gestação no primeiro instante, quanto mais se ter um número de 12 semanas, ou 84 dias.
Desta forma, defendo o direito a vida!
* Alex da Piatã é empresário e deputado estadual pelo PSD, presidente da Comissão da Saúde da Assembleia Legislativa da Bahia. Foi vice-prefeito de Conceição do Coité e ex-secretário da Saúde do mesmo município.