Centenas de servidores públicos municipais de Conceição do Coité foram a Câmara Municipal na noite de segunda-feira, 03, a fim de pressionar os vereadores, de modo especial os governistas, a não votarem no Projeto do Executivo que segundo a categoria, caso seja aprovado, a classe trabalhadora terá grandes perdas conquistadas depois de muitas lutas.
A sessão ordinária aconteceu inicialmente tranquila, o público presente acompanhou a leituras das indicações, ouviu aprovação de projetos diversos dos vereadores, aplaudiu o ex-prefeito Vertinho que marcou presença ao ato, o tenente PM Laerth Lopes foi convocado para receber a Moção de Aplauso pelo trabalho prestado frente ao Comando da Companhia de Polícia do Município, que já mostra sinais de redução da violência, até que o presidente da Casa Danilo Ramos pedisse um intervalo de dez minutos, para em seguida abrir espaço na tribuna para pessoas previamente inscritas.
A partir daquele momento as pessoas já se mostravam mais apreensivas. A primeira a falar foi a ex-presidente do Sindicatos dos Servidores e ex-vereadora Elaine Anunciação que pedia as pessoas serenidade e não generalizasse no momento que fosse fazer critica ao prefeito.Segundo Elaine a primeira dama Flávia Amâncio que passou por um sério problema de saúde está sendo desrespeitada pelas pessoas ao ter suas fotos publicadas com criticas em redes sociais. Ela saiu na defesa também da vice-prefeita e secretária de Assistência Social Val de Alex, quando lamentou que estão fazendo criticas ao seu trabalho de forma injusta e precipitado.
Elaine não deixou sua origem de professora e fundadora de Sindicato ao afirmar que os servidores devem sim, lutar pelos seus direitos.
Professora e também ex-presidente do Sindicato Jacilene Silveira foi mais direta ao assunto ao dizer que muitas vezes já esteve ali lutando para conquistar muita coisa e que não aceita agora que essas conquistas sejam extintas. Jaci focou bem a questão da redução da quantidade de servidores que o Governo quer reduzir de cinco para duas pessoas, que no seu ponto de vista é impossível funcionar. “O sindicato não vai fechar”, afirmou.
O servidor público Ednésio Santiago também usou a tribuna para fazer a leitura de uma carta aberta, com propostas em favor do servidor público direcionada ao executivo.
A situação começou ‘esquentar’ quando o presidente Danilo abriu espaço para os vereadores. O primeiro foi o líder do Democratas, principal partido de oposição do Governo Municipal José Jailmo (Nego Jai) que criticou duramente o prefeito Francisco de Assis (PT), dizendo que faz muita publicidade de honesto, mas que tem 64 funcionários que não recebem o valor do piso nacional, o edil lembrou também que grande parte dos servidores continuam recebendo salários de 2015, no valor de R$ 788. O Democrata disse que concorda com o gestor quando diz que o limite de pessoal não permite que aumente mais as despesas, porém sugeriu que o prefeito corte os cargos comissionados.
A multidão aplaudiu Nego Jai, foi chamado para fazer uso da tribuna o vereador e líder do PSD Iêdo Cirino que não usou o espaço mais que dois minutos e se limitou a pedi calma as pessoas que ainda não seria votado nada e que tinha participado de uma reunião mais cedo na Câmara para discutir esse assunto. Iêdo não foi vaiado e nem aplaudido.
Pedrinho de Sambaiba (PSC) ao fazer uso lembrou do prefeito Assis, então participantes das manifestações, que ao se eleger segundo ele, pegou um chicote e começou a maltratar as pessoas. Pedrinho também recebeu muito aplauso e cedeu a parte ao vereador Lindo de Neusa que seguiu o mesmo raciocínio do Social Cristão (aplausos).
Quando o presidente convocou o vereadora Analene (PT) que começou parabenizando a defesa civil do município, ao entrar no mérito do assunto que levou a multidão até a Câmara, tentou ‘dar um troco’ a Pedrinho e ao iniciar falando do Governo Renato Souza que teria deixado de pagar os servidores em dezembro, ultimo mês de seu mandado começou a ser vaiada e não mais se teve controle da situação.
O presidente Danilo Ramos que já vinha ameaçando suspender a sessão levantou-se e pediu cinco minutos para que os manifestantes se aclamassem, mas foi em vão, ao tentar retomar a sessão, Analene mais uma vez não conseguiu passar a sua mensagem e o presidente deu por encerrado.
Ao finalizar o presidente Danilo falou ao Calila Noticias que infelizmente houve uma posição equivocada de quem estava na plateia “a gente respeita as manifestações democráticas, mas é preciso que se respeite também as falas dos vereadores independentemente quem seja, Como não estava sendo respeitado o discurso da vereadora que estava falando, eu pedi uma suspensão de cinco minutos, a vereadora tenta e não consegue falar, consequentemente eu tive que suspender”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente, as pessoas foram pra lá pensando que seria votado algum projeto relacionado ao servidor público, mas não tinha em pauta.
“Os projetos estão tramitando ainda, nós tivemos inclusive hoje (ontem), fruto de reivindicação de servidores, a casa convocou o sindicato, a comissão de carreira, vereadores da oposição e situação, fizemos um amplo debate, tiramos algumas propostas que vamos levar ao gestor e tentar ajustar, alguns ajustes já estão sendo feitos, em concordância do gestor que entendeu que teria que fazer esses ajustes e outros foram pedidos, nós vamos nos reunir com o gestor, apresentar essas novas preposições, a partir dai o projeto vai ser apreciado pela casa e votado pela casa”, concluiu Danilo que afirmou ainda que se a casa não tivesse lotada também não teria votação contra ou a favor do servidor.
O presidente do Sindicatos dos Servidores Públicos de Conceição do Coité, Leonardo Mascarenhas, falou ao contrario do que disse Danilo, segundo ele foi muito importante a participação do grande público no plenário da câmara que inibiu que a presidência levasse o projeto para votação e que já está se pensando em fazer uma grande greve em Conceição do Coité em virtude do não reajuste de 2017, e o não pagamento de 2016.
” A categoria, principalmente os apoios que ganha apenas o salário minimo está revoltada com a atitude do gestor em deixar seus salários congelados desde 2015, no valor de R$ 788. Vale lembrar que essa manifestação que começou hoje (ontem) a gente vai continuar na próxima segunda-feira, creio que teremos um público maior reivindicando, pois, são perdas incalculáveis para o servidor público, visto que, desde a formação deste município enquanto estatuto de 1996 pra cá, os direitos que foram conquistados praticamente, ele (prefeito) retira ou fazer perder em parte os benefícios. Parabenizo os servidores que se fizeram presentes nessa grande mobilização”.
Leonardo disse que se dependesse do Governo Municipal que pediu que a votação fosse em caráter de urgência e se o presidente colocasse e vereadores votassem, fatalmente os servidores já seria penalizados definitivamente nesta sessão, mas segundo ele o presidente viu a grande mobilização e acabou recuando.
Redação CN