Contando com a presença do vice-governador e secretário de Planejamento da Bahia, João Leão e os secretários de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues e José Vivaldo Mendonça, da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação, foi realizado na manhã desta segunda-feira (10), em Valente, uma reunião sobre o Sisal da Bahia com o tema “Diálogos para um novo panorama na Cadeia Produtiva do Sisal”.
Além da presença destas autoridades de nível estadual, estiveram presentes representantes de organizações sociais, Dival Medeiros, prefeito de Lamarão, presidente do CONSISAL e da FECBahia, Marcos Adriano prefeito de Valente e Vonte do Merin, prefeito de Retirolândia, produtores, representantes de cooperativas e bancos, além de empresas privadas beneficiadoras e exportadoras do sisal.
Para Ismael Ferreira, ex-prefeito de Valente, o encontro teve como objetivo debater o desenvolvimento da cadeia produtiva na Bahia, as novas tecnologias para sua dinamização, avaliar o impacto das ações implementadas e estabelecer acordos. Na oportunidade, foi apresentada uma nova máquina desfibradora de sisal apelidada de DSF VII, ou seja, uma máquina com produtividade maior, se comparada com a “máquina paraibana”, capaz de gerar fibras de melhor qualidade, além de reduzir o esforço físico do operador e anular os riscos de acidentes ou mutilações.
Ismael afirmou que o dia foi muito produtivo e na intensa agenda de trabalho se debateu com detalhes como aproveitar melhor o sisal e neste momento principalmente onde 60% dos campos de sisal morreram em consequência da intensa seca que passa a região nordeste. “O momento é de discussão e busca de apoio, pois a economia predominantemente baseada na produção do sisal, uma planta altamente tolerante ao clima seco, mas que não tem suportado o longo período de estiagem”, falou o petista.
João Leão (PP) começou seu pronunciamento afirmando que tem profundo interesse em ajudar a região do sisal e que aproveita tudo deste produto, “ estamos incluindo esse território dentro da agenda territorial de desenvolvimento econômico como forma de mudar a realidade do estado onde 77,86% das receitas do estado estão ao entorno de Salvador, 4,3% em territórios mais próximos da capital e 13% no restante do estado”, revelou Leão.
O vice-governador disse ainda que está mobilizando representantes dos governos municipal e federal, colegiados de desenvolvimento territoriais, agentes financeiros, universidades, serviços de apoio ao empreendedorismo, institutos federais de educação, consórcios públicos e representações municipais, para propiciar oportunidades de desenvolvimento aos Territórios de Identidade do Estado da Bahia, mediante a integração de esforços entre diversos atores públicos e privados de diferentes segmentos para viabilizar a implantação de empreendimentos produtivos em todos os Territórios da Bahia e fomento a cultura empreendedora, a fim de promover a geração de renda e a melhoria da condição de vida da população baiana.
Ele lembrou o programa Desenvolve que tem o objetivo de fomentar e diversificar a matriz industrial e agro industrial do Estado, com formação de adensamentos industriais nas regiões econômicas e integração das cadeias produtivas essenciais ao desenvolvimento econômico e social e à geração de emprego e renda no Estado e para isso chamou a mesa os representantes dos Bancos do Nordeste e do Brasil e mandando ‘abrir as torneiras’. “Vocês têm dinheiros e essa região tem presa em se desenvolver, não a mais tempo de esperar”, apelou o titular da pasta do Planejamento.
Leão também parabenizou a presença de políticos de vários partidos e falou que o momento é de “puxar a corda para o mesmo lado”. Para agilizar o teste da máquina Faustino VII, o secretário mandou produzir 10.
Governo federal – O presidente do Solidariedade e tesoureiro nacional da legenda, Luciano Araújo, natural de Valente, se colocou a disposição para efetuar a intermediação com o governo federal junto a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e destacou que de imediato deverá acontecer um incentivo e apoio financeiro para o replantio, pois, os campos acabaram com o sol que vem castigando a região “nem o sisal suportou”, externou.
Luciano Araújo, proprietário rural em Valente, contou que tem um vizinho agricultor familiar, mas a realidade atual é um “cemitério sisaleiro” no terreno que já abrigou 50 tarefas da planta. “Tenho acompanhado o clima da região desde adolescente, pois, meu pai era agricultor e sisaleiro, portando digo com muita convicção que essa é a pior seca já registrada desde a década de 1960, quando os dados sobre a seca no estado passaram a ser coletados de modo substancial e existem pessoas mais velhas na região que chegam a citar que é a pior nos últimos 100 anos”, concluiu.
Luciano estava o lado do vereador César Rios que ratificou a necessidade de uma ampla campanha de incentivos para o replantio.
Redação CN