No meu livro intitulado A Mediação dos Conflitos Familiares à Luz da Psicanálise, publicado no site Amazon e Clube de Autores, fiz um estudo mais profundo sobre esses assuntos, no ano de 2015, e trago à luz da sociedade os diversos personagens, adolescentes, que vivem em seu Mar de Lama dos Sentimentos desconhecidos à compreensão dos seus familiares.
Essa máquina chamada cérebro, – guarda o que é agradável e o que não é agradável; porém, para o ser que desconhece, o cérebro, tem seu mecanismo de defesa que funciona muito bem sobre o estímulo do comportamento aprendido e que foi educado através da convivência em sociedade. Ou seja, o cérebro guarda tudo, mas faz leitura do que a pessoa agrada; mas, as lembras que não agradam, não se apagam, e são lembradas através de simbologias, sonhos tidos pesadelos, sentimentos negativos de medo, rejeição, complexos de inferioridade e tantos outros sentimentos, nada mais que símbolos emocionais.
O desafio foi lançado através de um jogo chamado Baleia Azul, não entramos no mérito da origem desse jogo; mas, para sua compreensão, jogo ou não, tudo não passa de uma encenação da dor emocional desta geração, que não dialoga com seus pais. O primeiro fator, são pessoas sentimentalmente fechadas em seus sentimentos, acolhedores da emoção negativa rejeição, ou quaisquer outros sentimentos que o inferiorizou e, portanto, sua auto-estima está abaixo da média. E, sem amigos, sem laços afetivos no lar, ou na sociedade, desistem de si mesmos se afogando no mar de lama, pegando carona na Baleia Azul.
– Que lindo filho(a)!
– Parabéns filho(a) você lavou os pratos!
– Que bom que está assistindo este filme, ele transmite uma lição de vida boa!
– Vamos sair hoje? Quero ir ao cinema com você filho(a)!
– Vem aqui dá-me um abraço! Seu cheiro é o mais importante para mim filho(a)!
Assim como o cérebro se encarrega de leituras de memórias que explodem em símbolos de sentimentos negativos, e age o mecanismo de defesa, que muitas vezes, deixa a auto-estima e a motivação para baixo, tudo isso é ausência de boas memórias, boas lembranças. Portanto, está na hora da sociedade, ou melhor, à família em sociedade revolucionar se aproximando de quem está perto, mas não percebe, não dialoga, não dá atenção: ao filho(a) adolescente.
Por fim, coloque-se na condição de que todos nós não somos uma ilha, não conseguimos viver isolados, por que, por traz do jogo Baleia Azul, está, também, o sentimento de solidão. Solidão que é ausência de diálogo, compreensão, acolhimento.
Ângelo Almeida, Escritor, Professor e Psicanalista