A família, o técnico Jair Ventura e os colegas de Botafogo foram contra a decisão, mas não teve jeito: o meia Montillo se despediu do futebol nesta quinta-feira (29).
O estopim foi a grave lesão sofrida na panturrilha direita com apenas 3 minutos de jogo diante do Avaí na última segunda (26). Foi a terceira na temporada. O argentino de 33 anos já tinha rescindido o contrato com o Botafogo na quarta-feira e hoje convocou entrevista coletiva no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.
“Infelizmente, meu corpo começou a avisar que eu não ia ficar 100%. Tentei. Nessa última vez fiquei dois meses treinando. Fiz tudo para voltar e tentar ajudar. Não consegui. A genética não deixou eu fazer o que eu mais gosto”, explicou Montillo.
O argentino se emocionou durante a entrevista. “Fico muito triste porque o Botafogo acreditou muito em mim. Eu acreditei no Botafogo. Fui muito feliz na minha vida toda, mas nesse momento eu estava sofrendo muito. O Botafogo não merece isso. No momento que não sou útil, não dá mais. Esse momento foi agora. Feliz pela decisão que tomo e triste por não jogar no Botafogo o que não joguei na carreira. O torcedor queria ver o Montillo bem, ajudando, jogando bem. Eu não conseguia”.
Montillo foi a contratação mais badalada do Botafogo no início do ano. Contratado para ser a estrela do time na Copa Libertadores, fez 18 jogos e apenas um gol, no amistoso contra o Rio Branco-ES, em sua estreia.
“Foram 15 anos muito bons para eu continuar uma coisa que sei que não vai dar certo. Prefiro ficar com as coisas boas que consegui no futebol, as amizades. Nunca fui egoísta, mas nesse momento vou ser. Tirar esse peso das costas. Agradeço a todos pela compreensão. Sou um cara que sempre quis o melhor para mim e para minha família. E nesse momento, o melhor é parar”, disse o agora ex-jogador, ao lado da esposa Melina e dos filhos Valentín e Santino.
Nos 15 anos de carreira, Montillo disputou 503 partidas e 88 gols. No Brasil, destacou-se no Santos e no Cruzeiro. Também passou por Shangong Luneng (China), Universidad de Chile (Chile), Monarcas Morelia (México) e San Lorenzo (Argentina), time onde começou em 2002.