A jornalista Miriam Leitão publicou nesta terça-feira (13) um relato na sua coluna do “O Globo”, apontando que sofreu ataques de ódio durante um voo de Brasília para o Rio de Janeiro, no dia 3 de junho. “Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo.
Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo”, escreveu a profissional, que tinha ido à capital do país para gravar um programa da Globo News.
A colunista destacou que não eram jovens militantes no mesmo avião dela, mas “homens e mulheres representantes partidários” que proferiam insultos e acusações. Segundo eles, a jornalista teria defendido posições das quais ela negou defender. “Eles entraram (no avião) e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem”, contou.
A jornalista disse que foi chamada de “terrorista” por delegados do PT, mas preferiu não filmar o ocorrido para não soar como provocação. “Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio”, explicou.
Miriam finalizou seu texto dizendo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula Da Silva tem mencionado seu nome em discursos públicos. “Citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho”, concluiu.
PT lamenta ‘ataque’ a jornalista e culpa Globo por ‘clima de radicalização e ódio’
Em resposta ao suposto ataque que a jornalista Miriam Leitão teria recebido de militantes do PT, o partido se manifestou “lamentando o constrangimento” sofrido por ela. Por meio do Facebook, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), emitiu uma nota oficial afirmando que orienta a militância do partido no sentido de “não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo, como confundi-las com as empresas para as quais trabalhem”.
“Entendemos que esse comportamento não agrega nada ao debate democrático. Destacamos ainda que muitos integrantes do Partido dos Trabalhadores, inclusive esta senadora, já foram vítimas de semelhante agressão dentro de aviões, aeroportos e em outros locais públicos”. Mesmo com toda solidariedade prestada para a jornalista, a nota critica a Rede Globo e afirma que a emissora é “em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil”. “E em nada [a empresa] tem contribuído para amenizar esse clima do qual é partícipe. O PT não fará com a Globo o que a Globo faz com o PT”, escreveu a senadora.
Bahia Noticias