Um policial civil matou os ex-sogros e depois se matou nesta quinta-feira (22) em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Marcelo Flávio Camardella Bravo, 41 anos, invadiu a casa provavelmente em busca da ex-mulher, que estava morando no local com a filha dos dois há oito meses, desde o fim do casamento.
Ao chegar Marcelo atirou contra o ex-sogro, João Carlos da Rocha, 63 anos. A ex-sogra, Maria Diana da Rocha, 64 anos, tentou correr para fugir diante dos tiros, mas o suspeito também a alvejou.
O policial tentou fugir com a filha, que tem 5 anos. Nesse momento, a ex-mulher, Luciana da Rocha, chegou em casa. Ela agarrou a filha e foi agredida pelo policial com coronhadas na cabeça. Ainda viva, a ex-sogra do investigador se aproximou e foi baleada novamente. A ex-mulher correu com a filha para o banheiro. O policial então foi atrás e se suicidou na frente delas com um tiro na cabeça.
Segundo relatos de testemunhas, Marcelo não aceitava o fim do casamento. Ele foi até a casa dos ex-sogros, na Rua Airosa Galvão, por volta das 10h30. Em algum momento durante a matança, ele ainda atirou contra viaturas da Polícia Militar que foram até o local acionadas por vizinhos.
“Estava dentro de casa e ouvi entre seis e oito tiros. Corri para o terraço, mas não consegui ver nada. Achei que eram tiros na comunidade próxima. Uns 20 minutos depois, a cuidadora da minha mãe me chamou para ver as as imagens das câmeras da minha casa que estavam viradas para a rua. Vi muita gente correndo, e os tiros começaram de novo. Foram mais tiros que da primeira vez. Umas duas sequências. Uma mulher saiu da casa gritando “Cadê a polícia? Cadê a polícia?”. Logo depois, os carros da PM chegaram. Um dos policiais ainda tentou falar com ele (o autor do crime) e acalmá-lo, mas não conseguiu”, disse ao Extra o aposentado Marco Aurélio Farias, 45 anos, vizinho da família. “Foi muito desesperador e triste”.
Ferida, Luciana foi levada para o Hospital Estadual Azevedo Lima, mas já teve alta. A filha não teve ferimentos.
Sem porte
Para a polícia, Luciana contou que o ex-marido sofria de transtorno bipolar, era readaptado pela psiquiatria e não deveria estar com arma de fogo. Contou também que o ex-marido já tinha lhe agredido anteriormente. Disse ainda que acredita que se estivesse na casa quando o ex chegou teria sido morta por ele.
O policial já tinha trabalhado como agente penitenciário federal, em Mossoró, mas foi demitido por conta de um processo administrativo por improbidade. Ele morava próximo à casa dos ex-sogros e segundo familiares enfrentava dificuldades financeiras. Consultas em sistemas de crédito mostram cerca de R$ 30 mil em dívidas.
Correio