O presidente do Paysandu, Sérgio Serra, renunciou na quinta-feira (6). O motivo foi a ameaça de morte sofrida por ele e sua família quando passeavam em uma praça de Belém, no último domingo. De acordo com Sérgio Serra, ele, a mulher e o filho, um adolescente que tem autismo, brincavam no local quando homens armados desceram de uma moto e fizeram ameaças, cobrando melhores resultados do time.
O dirigente preferiu não prestar queixar à polícia, mas tomou a decisão de deixar o clube que presidia desde o início do ano. Nas redes sociais, a irmã de Sérgio, a jornalista da TV Globo Cristina Serra, contou detalhes da agressão. Segundo ela, os bandidos chegaram a apontar uma arma para a cabeça do dirigente.
“No domingo à noite, ele passeava numa praça em Belém com a esposa, Cristina (sim, minha xará), e o filho mais velho, Gustavo, de 14 anos, quando dois homens numa moto se aproximaram. Um deles, com o rosto encoberto pela camisa, encostou o revólver no rosto do meu irmão e disse o seguinte: ‘Eu já sei onde tu moras. Se o Paysandu descer pra série C, eu acabo contigo, com a tua mulher e com esse teu filho maluco’. Detalhe, Gustavo, meu sobrinho, é um adorável adolescente autista, um tesouro que temos em nossa família”, escreveu a jornalista.
Com a saída de Sérgio Serra, o vice-presidente, Tony Couceiro, assumiu o posto. A direção do clube não sabe se o ex-dirigente deixou a capital paraense por segurança. “Ele é uma pessoa muito família e reservado e sempre disse que quando a coisa começasse a colocar em risco a segurança da família, esse seria o limite dele”, disse Tony Couceiro. “A gente entende a decisão dele, nesse caso não seria nem justo que pedíssemos o contrário”, continuou.
Sob o comando de Serra, o Paysandu conquistou o Campeonato Paraense deste ano e foi vice da Copa Verde. O time começou bem a Série B e chegou a liderar o torneio, mas vive um momento ruim e ocupa a 16ª posição, a um ponto da zona de rebaixamento.