A lancha Cavalo Marinho I, que virou no mar e matou 19 pessoas na última quinta-feira (24), não estava programada para fazer a viagem que terminou em tragédia. Foi o que disse o comandante da embarcação, Osvaldo Barreto, 52 anos, em entrevista à jornalista Patrícia Nobre da TV Bahia na segunda (28). Ele falou que a Cavalo Marinho I era uma embarcação reserva. “Tive que pegar a Cavalo Marinho I porque a Nossa Senhora da Penha, a que saía nesse horário de 6h30, foi para lavagem do casco e manutenção”, contou.
Barreto disse ainda que estava chovendo na hora em que a lancha virou e que a mudança dos passageiros para o lado direito desequilibrou a embarcação.
“Ao sair de Mar Grande, começou a chover muito e os passageiros passaram para o lado direito (do barco). Bateu uma onda mais forte e a lancha saiu de lado. Foi rápido”, contou ele, que tem dez anos de experiência.
Com a virada da lancha, o comandante disse que foi lançado ao mar, mas retornou em seguida para distribuir os coletes salva-vidas – ele negou que os coletes estivessem amarrados como afirmaram alguns passageiros.
Osvaldo afirmou ainda que acenou para duas embarcações que passaram pelo local após o acidente, mas acredita que elas não viram. “Caí na água, voltei para a lancha e comecei, eu e os outros marinheiros, a tirar os coletes salva-vidas. Salvamos várias vidas, mas, infelizmente, não pudemos salvar todas.”
A CL Transporte Marítimo, proprietária da lancha que se acidentou na Baía de Todos os Santos, informou, em nota, que a embarcação estava “em plenas condições de navegabilidade”, com documentação regular e o prazo de validade da última vistoria vai até 2021. “As vistorias intermediárias, que incluem casco, máquinas, sistema elétrico e equipamentos de rádio, têm validade até o fim de 2018.
Segundo a empresa, foi criado um grupo multidisciplinar, com médicos, psicólogos e assistentes sociais, para prestar apoio às vítimas e familiares. Ainda conforme a CL, os custos dos funerais das 19 vítimas estão sendo ressarcidos.
TV Bahia