Primeira mulher eleita vice-presidente do Fórum Nacional dos Legislativos Municipais, durante o 5º Congresso Nacional de Vereadores, ocorrido em Brasília, em agosto último, a vereadora de Serrinha Edylene Ferreira cobrou do governador Rui Costa, na noite desta quinta-feira (14), um tratamento mais cordial do Executivo estadual aos edis.
As críticas da presidente da União dos Vereadores do Brasil, Seccional Bahia (UVB-BA), foram feitas durante o Programa Tête à Tête com Coronel – exibido às quintas-feiras, sempre 19h30, pelas redes sociais (Facebook e Instagram) do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Angelo Coronel (PSD), e pelo Canal do You Tube Angelo Coronel.
“Os vereadores são o maior exército do cenário político brasileiro. Não é possível que para a gente ser recebido por um secretário do governo, para tratar de questões de interesse da população, tenha que ser através de um deputado”, reclamou Edylene.
Em apenas cinco meses à frente da entidade, a vereadora já percorreu 180 cidades baianas, dos mais diversos territórios de identidade do Estado, buscando organizar a UVB-Bahia e abrindo um diálogo com os pares, enfatizando a importância da unidade dos edis para a construção de sua força política, com vista a levar obras aos municípios e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Grande passo nesse sentido foi dado com a realização do Encontro Baiano de Parlamentares Municipalistas, dias 5 e 6 passados, em Serrinha, com a participação de 580 vereadores de 120 municípios. Edylene explica que a entidade continuará promovendo encontros regionais com esses propósitos.
Formada em Relações Públicas e Direito, a edil defendeu uma relação harmônica entre os poderes, como preconiza a Constituição, mas salientou que a independência dos Legislativos municipais é relevante para a democracia e uma das bandeiras de luta da entidade.
Edylene é liderança consolidada em Serrinha e uma estrela ascendente no Estado na luta política por um municipalismo forte. Nas eleições municipais de 2012, arregimentou 1.595 votos dos serrienses, sendo a vereadora mais votada do município. No pleito seguinte, em 2016, voltou a encabeçar a lista, com 1.319 sufrágios. Foi ainda a primeira mulher a presidir a Câmara de Serrinha. Para ser a chefe da UVB-Bahia, Edylene aplicou no adversário uma goleada: 467 votos a 3.
Filha de pais políticos e influentes na região, ela recusou o nome político “Edylene de Ernesto” – referência ao pai -, para ser Edylene Ferreira. “Meus pais terão eterna presença em meu coração, mas precisava criar identidade própria”, explicou a vereadora, Tête à Tête com Coronel, revelando personalidade forte e sem abrir mão da vaidade feminina.
A presidente de 4,5 vereadores baianos falou da necessidade da reforma política no país e condenou a proposta de lista fechada, porque “vai servir somente à panelinha dos partidos”. Ele exortou a sociedade a participar e discutir mais acerca de política, notadamente as mulheres.
Edylene respondeu ainda a perguntas de Coronel sobre machismo no ambiente político, sobre família e encerrou a entrevista aplicando uma espécie de injeção no entrevistador: você, Coronel, ainda tem muito a fazer pela Bahia.