A servidora municipal de Conceição do Coité Vilma Silva Batista, lotada no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS do Bairro Nova Esperança e a professora Elcione de Araújo Silva Lima, procuraram a redação do Calila Noticias nesta sexta-feira, 1º, a fim de prestarem alguns esclarecimentos sobre o polêmico caso da professora do Ceneb Ana Maria Nascimento, que foi o principal assunto em Conceição do Coité na semana.
Primeiro quando foi feita uma grande campanha visando arrecadar dinheiro para comprar medicamento para o tratamento de leucemia, e dois dias depois, foi divulgado que o caso poderia ter sido um golpe, chegando ao ponto da Justiça pedir o bloqueio da conta da mesma para que não fosse feito mais nenhum depósito ou saque.
De acordo com Vilma Batista a principal interessada em procurar a redação do Calila, o que lhe motivou a prestar esclarecimento sobre o caso, foi por ela ter sido citada na matéria anterior através de um print, quando conversava com a vice–diretora do CENEB que ela chamou de Mara, afirmando que ele era responsável por encaminhar Ana para tratamento e fazia arrecadação de dinheiro.
Na oportunidade Mara disse ao Calila Noticias que o fato de ter alguém de um setor municipal respaldado pela assistência social, a frente de um trabalho para ajudar alguém doente, jamais pensaria que não fosse uma campanha seria. Mara divulgou o print, mas em momento algum citou Vilma condizente com a suposta fraude praticada por Ana Maria. Mara chegou a dizer que Vilma poderia está sendo vítima também, assim como ela e os demais professores que se engajaram na campanha.
Vilma disse que acompanha Ana Maria há cerca de 4 anos, ela admite que “não sei se existe golpe, mas tem algo solto, realmente a gente não consegue entender alguns fatos.Porém a doença em si, nós já presenciamos crises de vômito, com sangramento e desmaio. Já procuramos pessoas na cidade em busca de ajuda pra medicação, temos registros de marcação de viagem para Salvador, doação de remédio e alimentação. Então, o que nos traz aqui é justamente esclarecer esse lado, esperamos que a investigação seja feita e que se descubra. Até que se prove contrário a gente prefere acreditar que Ana Maria não fez isso, e se fez não foi sozinha”, disse Vilma.
A servidora apresentou um classificador contendo relatórios médicos, receitas, cartão de vacina, de encaminhamento para hospitais, inclusive ao Hospital Santo Antônio de Irmã Dulce para realizar quimioterapia, que na reportagem anterior uma funcionaria da referida unidade de saúde disse que ela teve única vez por lá em 2005, além de depósitos em dinheiro arrecadado para ajudar no tratamento da mesma, enfim, qualquer leigo que observa a ‘papelada’ dificilmente julgar que é algo fraudulento.
Quanto a conversa que Vilma teve com Mara e que foi divulgado o print, a servidora do CRAS disse que não se sentiu bem pelo fato de as pessoas interpretarem mal e julgarem da forma que acham que deve. “ O print é uma conversa que tive com Mara, nos encontramos na casa de Ana Maria e precisava dessa passagem, inclusive eu já tinha pedido a Secretaria de Assistência Social, uma ajuda, mas os benefícios estavam suspensos, por questão de prestação de contas, e eu pedi ajuda pra ela (Mara), por isso que no print deixa bem claro que eu me refiro a uns pontos no cartão, porque o nosso desespero era tão grande em ajudar Ana que qualquer ajuda era bem vinda, poderia ser financeira, ponto de cartão, em oração, enfim qualquer tipo”, afirmou.
A professora Elcione por sua vez disse que também está chocada, pois, sempre ajudou Ana Maria, estava em campanha pelas redes sociais, “o pessoal ajudando, depositando e mandando os comprovantes para a gente ir acompanhando, e quando chega um assunto de um suposto golpe a gente vai ao chão com muita vergonha, a gente não consegue acreditar que ela fez isso, e se fez não foi sozinha, pois sabemos que ela é uma pessoa doente, também é verdade não podemos acreditar em tudo, as provas estão ai e estamos tentando descobrir junto com a Policia, o que de verdade está acontecendo”, disse a professora.
Questionada se Ana demonstrava comportamento de pessoa capaz de trair a confiança dela, Elcione disse que nunca demonstrou isso, “sobre a sua saúde algumas vezes a gente conversando ela disse que pensou em desistir do tratamento e voltar para Campina Grande, na Paraíba”, afirmou Elcione.
Um fato que chama a atenção e passa a colocar duvidas nas duas versões é uma suposta irmã de Ana, pessoa que fora de Coité seria a responsável por intermediar o pedido de dinheiro para o tratamento. Para a comissão de professores uma mulher se identificava como sendo irmã de Ana, uma policial federal. Para Vilma e Elcione uma irmã de Ana que se apresentava como major da Policia Militar.
Vilma e Elcione garantem que a ajuda prestada por elas não passava de Coité, não têm informação como era em Salvador para onde ela ia para fazer tratamento e disse também que só viajava com os próprios motoristas da secretaria de Saúde.
As duas servidoras disseram que não têm nada a tirar nem acrescentar de golpe como se comenta, porém garantiram que a professora Ana Maria é uma pessoa doente e requer cuidados médicos.” Se for comprovado um golpe, nós seremos tão lesadas como todos que estão envolvidos”. Garante Vilma.
Vilma afirmou que não tem um laudo que comprove a doença de Ana, porém assegura que a mesma tem um tumor na testa (sarcoma), tumor na coxa, tumor na parte baixa do pescoço por trás, além de outros tumores que não são tão visíveis. E por último teve um problema de sangramento que foi necessário usar fralda descartável. “Isso tudo é visível, mas se você me pede um laudo, não tenho como provar, e o que a gente via no seu dia a dia eram crises, ela perdeu o cabelo recentemente, por isso aquela foto que está sendo divulgada, porque ela tomava um coquetel quimioterápico muito forte e está muito debilitada”, afirma.
“Por tudo isso que estamos perplexas, porque a gente via todo sofrimento dela, via tomando morfina (remédio pra combater o câncer), levamos passando mal para emergência do hospital então não pode ser um teatro. Reafirmo que, quanto a esse recente episódio de golpe não temos o que falar e queremos investigação, mas que existe a doença, existe”. Finalizou Vilma.
Redação CN