As vacinas são produzidas por dois grupos de pesquisa apoiados pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH). Uma das iniciativas é financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates. A ideia é superar os resultados de um teste de 2009 de uma vacina na Tailândia que mostrou redução de 31% nas infecções. De acordo com o diretor científico da Johnson & Johnson (uma das empresas envolvidas na empreitada), Paul Stoffels, é possível alcançar uma eficácia superior a 50%.
“Esse é o objetivo. Com sorte, nós chegaremos [a padrões] muito mais altos”, disse Stoffels à Reuters.
O teste, conhecido como “Imbokodo”, envolve 2.600 mulheres sexualmente ativas que vivem na África do Sul, Malawi, Moçambique, Zâmbia e Zimbábue. Tendo recebido a vacina experimental ou um placebo em estações de pesquisa clínica na África do Sul, elas serão monitorados por três anos para acompanhar a prevenção de infecções.
A vacina usa a chamada “tecnologia de mosaico” para combinar proteínas estimulantes do sistema imunológico de diferentes cepas de HIV, representando diferentes tipos de vírus de todo o mundo. Com a ajuda desta técnica, os cientistas esperam desenvolver uma vacina “global” que resolva o problema da variabilidade do vírus.
Embora tenham havido grandes avanços no tratamento e prevenção do HIV e os modernos medicamentos tenham transformado a doença de uma sentença de morte em uma condição crônica, o número de pessoas infectadas continua a crescer e a vacina ainda é considerada um fator crítico para erradicação da doença.
Cerca de 37 milhões de pessoas em todo o mundo atualmente têm HIV e quase 2 milhões de pessoas são infectadas todos os anos.
“Ter uma vacina preventiva seria uma ferramenta vital em uma estratégia global abrangente para acabar com a pandemia”, disse Johan van Hoof, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Janssen Vaccins.
Os resultados clínicos iniciais relatados em uma conferência sobre a AIDS em Paris, mostraram que a vacina de mosaico era segura e provocava uma boa resposta imune em voluntários saudáveis.
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