A temporada é de festas, mas as estatísticas mostram que alguns milhares de brasileiros não vão ter o que comemorar. É justamente agora, perto do Natal, que os acidentes de trânsito mais aumentam. E as vítimas também.
No Brasil, mais de 3,5 mil pessoas morrem por mês no trânsito. Mas é só chegar dezembro que esse número sobe para quase 3,9 mil. E a situação piora perto dos últimos dias do ano. É quando a média de mortes salta 12%, vai de 116 para 130 por dia.
É muita gente nas estradas, nas ruas, dirigindo um carro, uma moto, ônibus, caminhão ou a pé. Parece que, nessa época, tudo fica mais importante do que as regras de trânsito.
“Dentro daquelas áreas de bastante concentração de comércios, vendas, bairros que têm avenidas importantes, ali as pessoas vão para esses locais nessa época do ano, e as vezes se distraem, uso do celular, o motorista vai colocar alguma coisa ali pra achar um caminho mais rápido, não presta atenção no transito e acabam acontecendo os acidentes”, aponta o capitão do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo.
Parece um contrassenso a gente estar falando mais uma vez sobre isso quando a gente repara na evolução dos itens de segurança dos carros. Hoje, todos os carros fabricados no Brasil têm que sair de fábrica com airbags e com freios abs, que evitam o bloqueio das rodas. Ou seja, a evolução da tecnologia, da segurança, é evidente. Agora, o que parece que não evolui é o que fica entre o volante e o banco do carro. Ou seja, o motorista.
“O dirigir está associado a escolhas. Você escolhe falar ao celular e dirigir. Você escolhe andar em alta velocidade. Você escolhe beber e dirigir. Você escolhe não usar o cinto”, explica José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária.
E a escolha errada faz enorme diferença. O Observatório de Segurança Viária diz que 90% dos acidentes são relacionados ao comportamento do motorista. E não adianta apenas ter estrada nova e carro seguro.
“Se houver uma falha humana, tanto a rodovia, quanto o veículo, eles estão ali para auxiliar e mitigar a lesão fatal ao ocupante. Se nós não trabalharmos a questão da educação, do comportamento da sociedade, nós vamos continuar a ter taxas elevadas de mortes no trânsito”, afirma José Aurélio Ramalho.
Correio