Aproveitando o momento em que a igreja católica no Brasil celebra até o dia 25 de novembro de 2018, o Ano do “Laicato”, ou seja, a proposta de realizar uma série de atividades durante todo ano dedicado aos leigos e, segundo o pároco da Paróquia de Santa Luzia, padre Alexandre Aquino, leigos e leigas estão sendo convidados a refletirem sua vocação, espiritualidade e sua missão, pois “a igreja sabe a importância dos leigos, já que na sua maioria é formada por leigos e leigas, homens e mulheres batizados. Até mesmo os padres e as religiosas antes de serem ordenados e consagradas, foram leigos também e falando de Paróquia Santa Luzia, estamos vivendo um tempo especial do jubileu dos 70 anos da construção da igreja matriz de pedras ”, disse padre Alexandre.
A construção da primeira igreja teve início em 1908, como uma simples capela, ainda na época em que a cidade era uma fazenda e em 15 de fevereiro de 1944 foi criada a Paróquia de Santa Luzia, tendo como primeiro padre Oldegar de Dias Freitas e foram feitas três reformas, mas só em 1948 iniciou-se a colocação de pedras de calcário em toda a sua área externa.
Padre Alexandre lembrou que foram feitas várias atividades para que fosse construída a nova igreja, entre elas uma romaria de pedras saindo do Morro dos Lopes, onde os romeiros levavam as pedras na cabeça. A paróquia quer reviver esse momento renovando sua vocação quanto missão e quando sacramento da presença de Jesus em Santaluz”.
Ouça a entrevista do padre Alexandre que conversou com repórter Valdemi de Assis.
Fortalecer a Romaria
Ao finalizar a festa de Santa Luzia, no inicio da noite de quarta-feira, dia 13, padre Alexandre agradeceu a presença de romeiros na cidade, pessoas que receberam romeiros em suas casas, foi disponibilizado também uma casa de apoio ás pessoas que foram pagar promessas e o objetivo segundo o padre é fortalecer a romaria em Santaluz.
Na celebração os padres e uma grande quantidade de pessoas usaram chapéu de palha, uma marca das cidades onde tradicionalmente acontecem esses atos religiosos. O termo “romaria” surgiu para denominar o caminhada dos devotos cristãos para Roma, daí o termo “romaria”.
Antes da celebração da missa e encerramento foi formada uma procissão com 70 mulheres, cujos nomes eram Luzia ou Lúcia. Quem contou o significado da presença destas mulheres na procissão e falou sobre o memorial que lembra a história dos 70 anos de igreja de pedra, foi o vigário da paróquia, padre Antonio Elias numa entrevista concedida ao repórter Valdemi de Assis, no Calila News (ouça clicando abaixo da foto)
Tradicionalmente as pessoas já pagam promessas a Santa Luzia acendendo na lateral da igreja e participam da procissão descalças. Também chamada Lúcia, é a protetora dos olhos, a janela de nossa alma e conta a história que ela nasceu em 280 na cidade de Siracusa, na Itália e seu nome vem do Latim e deriva de ‘luz’. A arte perpetua seu gesto de fidelidade e amor a Jesus Cristo até os dias de hoje e é citada pelo escritor Dante Alighieri, na sua obra ‘A Divina Comédia’ que lhe atribuiu à Luzia a graça iluminadora e sua fé era tamanha que ela levou sua mãe doente ao túmulo de Santa Águeda, acreditando que, ao tocar o túmulo, ela ficaria curada, o que realmente aconteceu.
A procissão de Santaluzia que é considerada uma das maiores entre as festas de padroeiras comemoradas nas paróquias pertencentes à diocese de Serrinha, percorreu as principais ruas da cidade e teve o roteiro modificado essa ano, começando pela Praça Ferroviária, seguindo pela Rua Duque de Caxias e finalizando na Avenida que tem o nome da Santa.
Ana Oliveira, 60 anos de idade, residente em Algodões, município de Quijingue, participa da procissão há dez anos, após receber um milagre e falou ao CN que este ano foi menos doloroso. Ela estava ao lado de um de suas filhas, Maria Luzia Oliveira, 32 anos.
Redação CN