Uma jornalista foi atingida no pé por uma bala de fuzil na noite de réveillon no Rio de Janeiro. De acordo com o G1, Marcia Mendel, 37, estava brindando a chegada de 2018 com seus familiares no bairro do Flamengo no momento em que sentiu uma forte dor no pé sem motivo aparente.
Sem imaginar que poderia ser um tiro de fuzil, ela resolveu fazer um curativo quando viu o pé sangrando e na manhã seguinte buscou atendimento hospitalar. O primeiro atendimento ocorreu no Hospital Copa D’or, onde ela foi dispensada após uma sutura. “Eu expliquei ao médico que moro perto de uma comunidade e que poderia ter sido estilhaço de bala ou fogos.
O médico deu um ponto e falou que o inchaço e o hematoma era devido ao trauma causado pela ferida”, disse Marcia. Só que a dor não passou e ela resolveu procurar outro hospital, o Rio Laranjeiras, onde fez exame de imagem e descobriu que estava com um projétil alojado no pé.
“Ele [o segundo médico que a atendeu] também achou que não tinha nenhuma necessidade [de examinar por imagens], mas acabou fazendo. Quando saiu a radiografia, vimos que tinha uma bala inteira dentro do meu pé”, relatou. O comentarista de segurança da TV Globo, Fernando Veloso, afirmou que a bala encontrada foi de calibre 762, normalmente utilizada em fuzis AK-47 de uso exclusivo das Forças Armadas. O caso foi registrado na 9ª Delegacia Policial. Como um tiro de fuzil poderia dilacerar o pé de qualquer pessoa, Márcia deve ter sido atingida por um tiro dado para o alto ou de uma distância muito longa, gerando um impacto mais leve e com poder de destruição menor.
Após a surpresa Márcia voltou à emergência do Copa D’OR para realizar a cirurgia de retirada da bala às pressas. “Estragou todo o nosso planejamento. A gente ia viajar. E o maior risco, e tiveram que fazer a minha cirurgia às pressas, foi porque a bala ficou dois dias no meu pé. Ela poderia ter sido retirada logo se a radiografia tivesse sido feita. Eu estou tendo que ficar internada para evitar risco de infecção. Isso poderia ter sido evitado se a radiografia tivesse sido feita antes”, disse Márcia. O medo de uma situação similar ocorrer com seus filhos faz com que a jornalista queira se mudar do apartamento de onde mora. “Eu só conseguia imaginar ‘ainda bem que não foi com meus filhos’. Tenho dois filhos pequenos. E ainda bem que foi no pé. Se tivesse sido na cabeça…”, falou.
Jornal Hoje