Aberto defensor do desarmamento nuclear, o Papa Francisco disse, nesta segunda-feira, que teme uma guerra com bombas atômicas. Na visão do Pontífice, o mundo “está no limite” e pode ver a eclosão de um conflito a qualquer momento.
O líder da Igreja Católica, de 81 anos, iniciou a sua viagem ao Chile e ao Peru. No voo, ele distribuiu uma foto de dois irmãos vítimas do bombardeio a Nagasaki, no Japão, em 1945.
“Sim, eu tenho medo. Estamos no limite. Basta um incidente qualquer para ativar o gatilho da guerra”, frisou o líder católico a jornalistas que o acompanham no avião até a América Latina. “Precisamos destruir as armas, trabalhar para o desarmamento nuclear”.
A imagem dos dois irmãos foi registrada pelo fotógrafo Joseph Roger O’Donnell e remonta a um dos ataques nucleares do fim da Segunda Guerra Mundial, no qual 74 mil foram mortos após a rendição japonesa. O engajamento de Francisco contra as armas de destruição em massa acompanha a tensão retórica entre o presidente americano, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
O papa Francisco iniciou, na manhã desta segunda-feira, sua 22ª viagem ao exterior, com destino ao Chile, onde ficará até 18 de janeiro, e ao Peru, com estada de 18 a 21 de janeiro. O sumo pontífice partiu às 6h (horário de Brasília) do aeroporto de Fiumicino, em Roma.
A viagem do papa se anuncia como complexa, afirmou o número dois do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que admitiu na semana passada que “não será uma viagem simples”.
Sua visita ao Chile pode ser marcada por manifestações de associações internacionais de vítimas de abusos sexuais contra padres da Igreja católica.
O papa argentino também vai ao Peru, país em plena crise política, depois do polêmico indulto concedido pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado por crimes contra a humanidade.
Esta é a sexta viagem do papa à América Latina, depois do Brasil (2013), Equador, Bolívia e Paraguai (2015), Cuba (2015), México (2016) e Colômbia (2017).
A informação é do site O Globo.