Aconteceu na tarde desta quinta-feira (1º) na Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, em Salvador, um concorrido evento voltado principalmente para às mulheres, uma Sessão Especial com o tema “Mulher e Democracia”, seguido do lançamento do Livro ” O Golpe na perspectiva de Gênero”, que relata os quase dois anos após a saída de Dilma Rousseff do Planalto e o ‘saldo de desmonte das estruturas de políticas públicas para mulheres, bem como o enfraquecimento da participação feminina nos espaços de poder’.
O plenário esteve lotado durante quase duas horas de sessão que contou com a presença das seguintes autoridades, cujas mesmas compuseram a mesa: deputada estadual Neusa Cadore (PT) responsável pela condução da sessão, deputadas Fátima Nunes e Luiza Maia também do partido dos trabalhadores, secretaria estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira; secretária de Trabalho, Emprego e Renda, Olívia Santana; professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Celi Regina Pinto; vereadora Marta Rodrigues, Márcia Macedo professora e representante do Núcleo de Estudos interdisciplinares sobre a Mulher e representando a classe masculina na mesa, Paulo Miguez – vice reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O Evento Março Mulher na ALBA já é tradição e durante todo mês acontecem debates sobre a classe feminina, nesta sessão, todos que usaram da palavra chamaram a atenção para o fortalecimento da mulher na Politica. A deputada Neusa Cadore falou ao Calila Noticias sobre a realidade atual das comemorações que ocorrem em todos os lugares e chamou a atenção para a desigualdade e a violência contra as mulheres. Ouça
O CN entrevistou também Celi Regina Pinto, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que disse ter saído do evento com esperança, “porque não é um ato somente em comemoração a semana ou o mês da mulher, mas por ser um ato democrático. Não existe democracia no Brasil e não vai existir em nenhum lugar do mundo, sem o direito das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT. Então, quando a gente vê uma manifestação como essa em um país tão precarizado em democracia, a gente só pode sair com grande entusiasmo e uma esperança que o Brasil possa superar a crise”, afirmou a professora-doutora gaúcha.
Regina Pinto reforçou o que foi bastante citado na fala daquelas que utilizaram o microfone da tribuna, a necessidade de fortalecer os parlamentos colocando mais mulheres, pois segundo ela, a falta de mulheres em qualquer seguimento da política é sinal de um país atrasado, conservador e sexista.”Nós temos que romper isso definitivamente, temos que ter mais mulheres, mais pessoas dos movimentos sociais, negros, quilombolas, indígenas, que realmente representem a diversidade do país”, concluiu.
Lançamento do livro
A última a usar o espaço da tribuna foi a professora – doutora Linda Rubim que juntamente com a jornalista Fernanda Argôlo organizaram o livro, elas que são pesquisadoras do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura da UFBA (CULT).
De acordo com Lidia, a publicação consta 12 ensaios que sinalizam os enfrentamentos de gênero que acompanharam a gestão e a crise do mandato da presidenta Dilma Rousseff, as reações das mulheres à sua destituição; e os impactos do impeachment para a participação política das mulheres no Brasil e a democracia.
Linda Rubim disse que o livro destaca como o processo histórico de inserção das mulheres ao espaço político tem sido marcado por uma dinâmica de avanços e retrocessos. O livro começou a ser elaborado a quase dois anos, no mesmo período que iniciou o processo para o afastamento da presidente.
Na ultima atividade Lídia autografou dezenas de livros adquiridos no mesmo local do evento.
Redação CN