Um grupo de jovens advogados de Conceição do Coité não esconde o descontentamento acerca do andar das ações e medidas tomadas no Juizado Especial, que ficou conhecido como Juizado de Pequenas Causas. O Calila Noticias esteve no escritório de advocacia onde Evódio Ducas Resedá Neto, Edevaldo Santiago Ramos Júnior, e João Paulo Resedá trabalham e durante entrevista lamentaram a forma como vem sendo desenvolvido o trabalho, e que eles estão sendo porta vozes, pois, todos os advogados que atuam no referido juizado demonstram irritabilidade com a situação.
“Pauta inflamada, com audiências sendo marcadas para meados de 2019, ou seja, daqui a mais de um ano, indeferimento de liminares onde a probabilidade do direito e a fumaça do bom direito estão presentes, são algumas das insatisfações”, revela Evódio Neto.
Evódio Neto disse ainda que é grande a insatisfação popular com a alteração da data de audiência, a demora para realização das mesmas e os baixos valores das sentenças. “A insatisfação no juizado de Coité é cristalina, tanto a população civil quanto os advogados estão totalmente aborrecidos com as medidas que foram tomadas desde a chegada da juíza Cristiane, pois, muitos direitos têm sido negados no juizado, creio que esteja sendo feita uma vista cega, porque direitos que são eminentes e imediatos são denegados como se nem tivessem sido analisados com a devida atenção, a exemplo da inversão do ônus da prova, que no juizado do consumidor é “ope legis”, ou seja, por força de lei.
“As decisões da magistrada geralmente correm por linha reta, sempre com defasagem em relação aos consumidores, temos algumas sentenças, ultimamente, sem fundamentação, para se ter noção, a sentença deveria abarcar todos os elementos do processo em Coité, temos sentença de uma linha e meia, chega a ser bizarro, sentenças e liminares deveriam se fundamentar em jurisprudência, artigos e letra da lei” critica o bacharel.
Evódio disse que aproveita esse espaço para convocar todos os advogados de Coité para luta, não só os advogados mas também a sociedade que em muitos casos estão tendo seus direitos deturpados. Disse também que muitos advogados não entram na luta por receio de serem perseguidos, “A luta é árdua mas a vitória é certa”, disse.
Evódio ainda citou a frase de Sobral Pinto. “A advocacia não é profissão de covardes”.
O advogado criticou ainda a pouca presença da juíza no seu local de trabalho.”É muito difícil encontrar a juíza no juizado, geralmente só encontra em dois dias semanais, prejudicando assim a resolução de ações que demandam certa urgência, como é a titular deveria se encontrar sempre”. Concluiu
O jovem bacharel em direito Edevaldo Júnior também se manifestou durante a reportagem e demonstrou sua insatisfação com a situação, pois segundo ele, começa a advogar na fase mais árdua da advocacia de Coité. “Os juizados são frequentados fervorosamente pela jovem advocacia em todo o país, O jovem advogado inicia a vida prática nos juizados sendo patrono de causas com baixa complexidade e também por conta da celeridade do mesmo, juizado é sinônimo de celeridade, mas em Coité é sinônimo de demora na resolução dos litígios. As condições da advocacia em Conceição do Coité hoje são precárias, pois muitos dos direitos dos advogados estão sendo postos fora da mesa pela juíza titular”, afirma.
A entrevista foi concedida na tarde desta quinta-feira, 05, e o Juizado Especial já estava fechado, o que impossibilitou nossa reportagem procurar a magistrada para que ela se manifestasse. Diante disso, deixamos o mesmo espaço a disposição caso a meritíssima deseje responder as criticas dos advogados.
Redação CN