A Comissão de Cultura aprovou requerimento dos deputados Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Luciana Santos (PCdoB/PE), para realização de audiência pública com o objetivo de debater a inclusão das matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil. Os parlamentares apoiam iniciativas no sentido de incluir essas matrizes — a exemplo do que aconteceu com o Samba — no livro de registro de bens imateriais do povo brasileiro. Desde 2011 há um pedido de reconhecimento do Forró como patrimônio cultural imaterial do Brasil, conforme relata o requerimento da audiência.
A iniciativa se deu em meio a diálogos da Associação Cultural Balaio Nordeste com forrozeiros atuantes no Estado da Paraíba, que passaram a organizar o “Fórum Forró de Raiz”. “Esse movimento busca a promoção de debates e ações voltadas para a melhoria das condições de cidadania dos artistas que trabalham com o forró, em suas diversas denominações: baião xote, xaxado, rojão, chamego, balanço, miudinho, forró-samba e quadrilha/arrasta-pé”, informam os parlamentares.
Posteriormente, a Câmara do Patrimônio Imaterial do IPHAN atestou a pertinência do reconhecimento nacional e ponderou a necessidade de uma maior articulação da comunidade forrozeira em torno da Instrução Técnica de Registro e a audiência se soma aos esforços de ouvir o povo brasileiro a respeito do assunto. “O registro do forró como patrimônio imaterial chega em um oportuno momento de fortalecer a tradição do ritmo na cultura brasileira. A Bahia, por exemplo, possui essa forte marca dos festejos juninos, algumas cidades do interior são totalmente ocupadas fomentando a economia local. O forró traduz a cultura nordestina na sua base”, defende o deputado federal Daniel Almeida, autor do requerimento.
O documento aprovado por unanimidade pela comissão ressalta ainda que o processo de registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do país tem o apoio de todos os estados nordestinos. Os deputados acreditam que esse registro é fundamental para o fortalecimento simbólico de toda a região nordestina, uma vez que potencializa as cadeias produtivas e informais criadas em torno do forró, como a indumentária, a gastronomia e o artesanato.
Como ressalta a presidente do Colegiado da Bahia, Rozania Macedo, a proposta é tornar o forró um patrimônio imaterial da humanidade e conseqüentemente implementar políticas públicas para salvaguardar esse bem. “A cultura nordestina precisa ser preservada e esse será nosso objetivo, ou seja, imaterialidade a identidade do povo nordestino e suas raízes culturais. Esse movimento é muito importante para a sociedade civil e para os envolvidos com a música. O que nós buscamos neste evento é apoio para o registro das matrizes do forró como patrimônio imaterial. O estilo musical faz parte da cultura nordestina, que é a história de um povo que sustenta a tradição. A militância quer apoio, pois precisamos registrar as matrizes no Iphan”, declarou.