Descuido com a vacinação não é um problema só dos pais das crianças. Muitos adultos estão enfrentando dificuldade de arrumar emprego porque não se vacinaram.
René Lima trabalha em uma empresa que presta serviço para uma grande indústria de telhas na Região Metropolitana de Salvador. Para poder começar a trabalhar, ele teve que tomar vacina contra tétano e hepatite B. A fábrica exige que os funcionários mantenham a vacinação em dia. “Foi uma surpresa, eu não tinha o conhecimento. Chegando lá, fui avisado, consegui no primeiro dia e deu tudo certo”, contou o agente de limpeza René Lima.
A empresa que contratou René tem outros dois mil funcionários nessa situação, trabalhando em hospitais, indústrias e shoppings. A falta da carteira de vacinação atualizada não impede a contratação, mas pode dificultar.
“Em um processo seletivo em que nós não temos muito tempo ou alguma contratação emergencial e que haja essa obrigatoriedade ou uma recomendação da contratante, nós priorizamos aqueles que estejam com a vacinação em dia”, diz a gerente de RH, Monalissa Abreu.
A vacinação obrigatória é norma para os trabalhadores da área de saúde, mas empresas de outros ramos também podem exigir a imunização dos funcionários no plano interno de saúde ocupacional, que todas devem implementar.
Enquanto as empresas se tornam mais exigentes com a saúde dos funcionários, uma boa parte da população adulta não tem interesse ou não faz ideia de que a vacinação atualizada pode valer um emprego. Os postos normalmente oferecem no dia a dia as vacinas exigidas, mas a procura por algumas delas está longe de ser a ideal.
No país, o índice de cobertura da vacina contra a febre amarela é de 50%, o da hepatite B, um pouco maior (62,6%), e o do tétano chega a 64,6% da população adulta. A meta é atingir sempre 95% do público-alvo.
Fonte: G1/Jornal Nacional