Um vereador da cidade Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia, alvo da operação Condotieri, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (30), foi afastado do cargo.
Conforme apontam as investigações, o vereador, que não teve a identidade revelada, ofereceu empregos no novo presídio de Vitória da Conquista, que estava prestes a ser inaugurado, em troca de votos e apoio na campanha, quando era candidato em 2016.
As investigações apontam, ainda, que o vereador utilizou a estrutura de outros órgãos públicos, como o Detran e a Zona Azul, para o mesmo fim, bem como omitiu receitas e falsificou recibos entregues na prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Segundo a PF, além do vereador, cerca de 60 pessoas são investigadas por envolvimento no esquema que oferecia empregos em troca de votos. São eles: um ex-presidente da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, o assessor de um deputado federal, um ex-deputado estadual da Bahia, assessores, o ex-diretor do 4º Ciretran de Vitória da Conquista, membros da empresa que administra o novo presídio de Vitória da Conquista, sócios-administradores do consórcio zona azul, além de outros suspeitos. Nenhuma das identidades foi revelada. Ninguém foi preso.
“Foram feitas denúncias no Ministério Público Estadual, no mês de setembro, para ser mais preciso. E então, dei início às investigações. Fomos descobrindo, ao longo do tempo, essa teia da corrupção. A gente descobriu que ele [vereador] não só utilizou o presídio, como também a prefeitura, sem envolver os gestores atuais. Ele conseguiu emprego para cerca de 30 parentes dele”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Colbe.
O grupo vai responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, patrocínio infiel e estelionato.
A Justiça Eleitoral determinou, ainda, o bloqueio de bens e valores de membros da organização criminosa na ordem de aproximadamente R$ 420 mil, em razão do valor potencial do desvio.