A maioria dos candidatos e pré-candidatos à Presidência da República ainda não conseguiu um vice para disputar a eleição de outubro. O prazo final para a definição das chapas é o próximo domingo (5), quando se encerra, para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o período de convenções nacionais nas quais são definidos os candidatos, as alianças com outras legendas ou até mesmo a neutralidade na disputa presidencial.
De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, o cenário de candidatos sem vice é inédito e se deve pelo receio de exposição ao lado de políticos envolvidos em escândalos; pragmatismo (alguns potenciais vices não querem trocar uma possível reeleição como deputado ou senador por uma campanha majoritária incerta) e o cenário eleitoral indefinido.
Até a manhã de quarta-feira (31), apenas três chapas foram registradas com vice: a do PSOL, com Boulos para presidente e Sônia Guajajara na vice; PSTU com Vera Lúcia e Hertz Dias e da Democracia Cristã com Eymael e Pastor Helvio Costa na vice. Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Paulo Rabello de Castro (PSC) já foram oficializados por seus grupos como candidatos a presidente. Mas ainda correm contra o tempo para definir um vice até domingo.
Os pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Lula, Manuela D’Ávila (PCdoB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos) ainda se encontram na condição de pré-candidatos, aguardando oficialização das candidaturas no fim de semana. Todos estão em busca de um vice.
De acordo com Márcia Dias, coordenadora do bacharelado em Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), a dificuldade dos presidenciáveis em definir um vice é um detalhe periférico de uma crise profunda da democracia brasileira. “A dificuldade na escolha do vice é somente a ponta do iceberg de uma crise sem precedentes que foi causada por uma série de fatores que questionaram a democracia. A democracia está questionada no Brasil”, contou.
Bahia Notícias