Um policial militar de Alagoas foi preso, na segunda (6), em um posto de combustível em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, comprando uma bazuca a um colecionador de armas de fogo. De acordo com a Polícia Civil, outros dois homens foram detidos: o vendedor do armamento e o outro comprador da arma.
Além da bazuca, foram apreendidas com o trio uma pistola do patrimônio da PM alagoana, além de um revólver calibre .357 e 90 munições calibre 38. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que “o armamento seria utilizado posteriormente para o cometimento de crimes patrimoniais”.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Charles já havia vendido uma submetralhadora no município de Ipojuca, também no Grande Recife, e responde também pelo crime de homicídio.
Por meio de nota, a Polícia Militar de Alagoas informou estar ciente do fato e que “aguarda a oficialização da prisão por parte da Polícia Civil pernambucana, para que sua Corregedoria realize todas as providências que o caso requer”. A Polícia Civil divulga detalhes do caso em uma coletiva de imprensa na manhã da quarta (8) no Recife.
Os três homens foram encaminhados para audiência de custódia.
Bazuca seria usada para atacar carros forte
A bazuca apreendida no Grande Recife seria usada para ataques a carros-fortes e agências bancárias. Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, o armamento é de uso exclusivo das Forças Armadas e tem capacidade para perfurar tanques de guerra e destruir edificações.
“Certamente, esse equipamento seria entregue a uma organização criminosa”, afirmou o delegado Vinícius Notari, titular do Departamento de Repressão aso Crimes Patrimoniais (Depatri).
Os detalhes sobre a operação que resultou na apreensão da bazuca foram repassados nesta quarta-feira (8), durante entrevista coletiva no Recife. “É um equipamento usado em guerras e que pode ter vindo da Bolívia ou de outro país da América Latina”, afirmou o delegado.
O Notari explicou que a bazuca, como é conhecida popularmente o lançador de granadas ou rojões, passa por um processo de rastreamento para saber a origem.
“Ainda não identificamos pela numeração, se é do Exército Brasileiro. Sabemos que é uma arma usada em guerras para perfurar blindados. É um armamento de poder de fogo muito alto”, afirmou.
A polícia ressaltou que Charles é o elo entre o grupo flagrado com o armamento e a organização criminosa. O motorista confessou ter ligação com um presidiário e também que recebia pedidos para transportar armas.
“O PM de Alagoas pegou a bazuca com um colecionador e repassaria para André Felipe. Ele disse que receberia R$ 2 mil pelo serviço”, afirmou o policial.
A bazuca e as outras armas apreendidas, uma pistola pertencente ao PM e um revólver que estava com o colecionador, foram encaminhados para o Instituto de Criminalística (IC), no Recife.
G1/PE