Pelo menos 10 servidores públicos do município de Retirolândia, sendo eles auxiliares de secretarias de escolas e agentes administrativos, paralisaram suas atividades desde a última quinta-feira, 13/09, e estão passando o dia inteiro num revezamento em frente a Secretaria de Educação e dentro dela, ocupando o corredor de acesso ao gabinete do secretário de Educação Eleaci Dias, numa tentativa de negociação, para segundo eles, reparar as perdas salariais e até o momento os representantes legais não sentaram para negociar.
Na tarde desta terça-feira, 18, havia uma expectativa de o secretário de educação e o jurídico da prefeitura sentarem com os servidores para dar alguma posição sobre o assunto, mas apenas Eleaci chegou a sua sala e se limitou a entregar uma contranotificação extrajudicial ao presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Retirolândia, Genival Ferreira de Santana, “Tití” que pode ser lido na íntegra, recomendando a imediata interrupção da greve/paralisação, podendo, em caso de continuidade acarretar a suspensão do “contrato de trabalho” daqueles servidores que aderirem ou permanecerem em estado de greve e consequentemente, no desconto dos dias não trabalhados.
De acordo com o presidente Genival Santana, desde quando iniciou seu mandato em 2017 e que ocorreu cerca de 12 dias depois da posse do prefeito Alivanaldo Martins dos Santos “Vonte do Merim”, já foi realizada a primeira reunião com ele, para tratar da demanda de perdas salariais dos motoristas e auxiliares de secretarias de escolas.
Segundo Tití, na gestão de Adelídio Junior em 1997, eles tiveram um reajuste salarial onde os motoristas ficaram com dois salários mínimos e o pessoal auxiliar de escola equivalente a um salário e meio. “Ainda dentro da gestão de Adelídio Junior, eles passaram a ter reajustes muito pequenos e veio as sucessivas perdas e já chegam há 21 anos. Até que chegou ao ponto do salário de todos se igualar e agora um auxiliar de secretaria, um agente administrativo, eles fazem a formação, graduação, não têm vantagem de nada em relação ao servidor comum”, afirmou o presidente do Sindicato.
Genival disse que pelo menos seis vezes nessa gestão se reuniu com o prefeito e o secretário de educação, e o único avanço foi quando a gestão colocou no mês de abril uma gratificação de R$ 224 com a possibilidade de que, se o prefeito abaixasse o índice e pudesse mandar pra câmara um projeto de reajuste salarial, que segundo ele está impedido, em função do limite de pessoal está ultrapassado, não pode dar aumento a ninguém.
Tití disse que neste mês de setembro a gratificação não veio e os servidores decidiram no dia 6, durante uma assembleia pela paralisação que está acontecendo. Após receber a contranotificação ele perguntou aos grevistas se iriam ceder as ameaças, e por unanimidade disseram que vão continuar a paralisação.
Tití disse que esperava uma explicação do secretário, mas ele nada falou. Decidiram então, mesmo sem um prévio agendamento, conversar com o prefeito, mas não conseguiu até às 17h e vão continuar tentando uma reunião com o chefe do executivo.
O Calila entrou em contato com o prefeito para saber o que pensa a respeito dessa paralisação e ele disse que reconhece que a classe tem sido desvalorizada ao longo dos anos, porém, não reconhece a greve como legal, já que, trata-se de uma categoria que prestou um concurso para receber exatamente o salário atual. Vonte disse também, que se lhe fosse possível não mediria esforços “para valorizar estes oito funcionários, bem como, os demais efetivos que se encontram nas mesmas condições”.
“Durante alguns meses estivemos garantindo uma gratificação a estes colaboradores, uma reivindicação antiga que antes nunca havia sido concedida, porém, diante da crise em que os municípios têm atravessado tivemos que conter despesas e os mesmos voltaram a receber os seus salários de origem, sem nenhuma redução salarial.” Contou o prefeito.
CN